61,94 milhões de brasileiros inadimplentes - Revista Anamaco

Inadimplência

61,94 milhões de brasileiros inadimplentes

Texto: Redação Revista Anamaco

Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) estima que quatro em cada dez brasileiros adultos (38,45%) estavam negativados em abril, o equivalente a 61,94 milhões de pessoas. No  mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 5,59% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com base nos dados disponíveis, que abrangem informações de capitais e interior de todos os Estados, além do Distrito Federal, as entidades informam que a variação anual observada em abril ficou abaixo da observada em março. Na passagem de março para abril, o número de devedores cresceu 0,46%.
Na avaliação de José César da Costa, presidente da CNDL, as consequências da pandemia no crescimento econômico impactam, diretamente, no aumento da inadimplência. “O desemprego elevado é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo País e isso está ligado, diretamente, ao retorno do crescimento econômico, que ainda não alavancou. A renda da população foi fortemente afetada pela pandemia, e isso, somado ao aumento da inflação, contribui para a piora da inadimplência”, aponta Costa.
Em relação à evolução do número de dívidas, o indicador aponta que em abril, esse número teve crescimento de 9,89% em relação ao mesmo período de 2021. O dado observado em abril deste ano ficou abaixo da variação anual registrada no mês anterior. Na passagem de março para abril, o número de dívidas apresentou alta de 0,85%. 
O executivo destaca que eleições, enfraquecimento dos esforços de reformas estruturais e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas montam um cenário desafiador. “A expectativa é que a taxa de juros, o preço dos alimentos e de itens básicos continuem aumentando. A economia ainda vai levar um tempo para se recuperar e, portanto, o consumidor deve evitar se endividar para não correr o risco de ficar inadimplente”, pontua.
O estudo destaca a evolução das dívidas com o setor de bancos, com crescimento de 18,75%, seguido de água e luz (7,92%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de comunicação (-9,53%) e comércio (-4,20%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.
Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de bancos, com 57,93% do total de dívidas. Na sequência, aparece comércio (14,01%), o setor de água e luz (11,29%) e comunicação (9,60%). “O cenário econômico do País ainda é muito delicado, por isso, o momento requer muita cautela na hora de decidir como utilizar o dinheiro, a fim de evitar a inadimplência. O ideal é gastar apenas com o necessário e, se possível, buscar construir uma reserva de emergência para fazer frente a um eventual imprevisto”, aconselha Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.

Foto: Adobe Stock

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