Após quedas, endividamento volta a crescer - Revista Anamaco

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Após quedas, endividamento volta a crescer

Texto: Redação Revista Anamaco

Dados apurados pela Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelam que o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) cresceu 0,3 ponto percentual em fevereiro, alcançando 78,3% das famílias no País. Desse total, 17,1% consideravam-se muito endividadas, indicador que voltou a crescer após quedas desde novembro do ano passado.
De acordo com o estudo, o endividamento vinha apontando perda de fôlego desde outubro, mas avançou em fevereiro com vencimentos de despesas típicas do primeiro trimestre (tributos, despesas escolares e contribuições para órgãos de classe, entre outras).
A pesquisa destaca, ainda, que o consumidor sente melhora na renda disponível, fruto da evolução positiva do mercado de trabalho e da inflação mais baixa. Em razão disso, a proporção de famílias com dívidas atrasadas, embora permaneça elevada, caiu ligeiramente no mês (-0,1 p.p.), representando 29,8% do total de famílias.
No entanto, quem tem dívidas mais antigas segue enfrentando dificuldade de sair da inadimplência, em função dos juros elevados. A proporção de consumidores sem condições de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores chegou a 11,6% do total, estável em relação a janeiro, mas a proporção mais alta desde outubro de 2020. Mesmo com as renegociações, a cada 100 consumidores inadimplentes, 44 chegaram em fevereiro com dívidas atrasadas por mais de 90 dias.
Outro dado apurado no levantamento mostra que a maior contratação de dívidas em fevereiro se deu entre os consumidores com rendimentos a partir de três salários mínimos mensais. Já a proporção de endividados nas famílias com renda entre zero e três SM caiu ligeiramente (-0,2 p.p.).
O estudo mostra que o indicador de dívidas atrasadas também diminuiu em fevereiro para o grupo mais pobre (-0,8 p.p.). Os programas de transferência de renda mais robustos têm suportado os orçamentos desses consumidores de baixa renda.
Na comparação anual, porém, o volume de famílias com dívidas atrasadas aumentou em todas as faixas de rendimentos. O percentual de consumidores com dívidas atrasadas de meses anteriores também caiu entre os mais pobres entre janeiro e fevereiro, mas avançou 2,1 p.p. no ano.

Foto: Adobe Stock

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