Após recuo em abril, vendas de cimento se recuperam em maio, revela SNIC
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), em maio, as vendas de cimento voltaram a crescer no Brasil indicando uma recuperação após recuo em abril. No mês, foram comercializadas 5,7 milhões de toneladas, uma alta de 6,5% em comparação a maio do ano passado. Com isso, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o crescimento atinge 4,6 %.
Já o volume de vendas de cimento por dia útil registrou 244,1 mil toneladas, um aumento de 3,1 % em relação ao mês de abril e crescimento de 4,2 % ante o mesmo mês de 2024. No acumulado do ano (jan-maio), em dias úteis, o desempenho registra uma evolução de 6,0%.
Na análise de Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, esse quadro se deve, principalmente, em função de uma base de vendas fraca no período de janeiro a maio de 2024, principalmente em maio quando o resultado foi impactado pelo desastre climático na Região Sul. “Esse efeito estatístico favoreceu os percentuais de crescimento da atividade nos primeiros cinco meses de 2025. As projeções deste ano apontam um desempenho mais modesto nos próximos meses”, observa.
Os indutores do aquecimento de vendas continuam sendo o mercado de trabalho, com taxa de desemprego de 6,6% verificado até abril - o menor nível para o período desde o início da série histórica, em 2012 - o recorde de profissionais com carteira assinada e a queda na informalidade. Além disso, as obras imobiliárias seguiram em expansão, impulsionadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, que já representa 53% de todos os lançamentos no primeiro trimestre.
Penna frisa que para a indústria brasileira do cimento o cenário continua desafiador. Segundo ele, as concessões rodoviárias, a necessidade de infraestrutura e a demanda crescente por moradias, são fatores que reforçam as expectativas mais alentadoras.
Por outro lado, há previsão de diminuição do ritmo da atividade global e elevação dos custos de produção. O executivo salienta que, para minimizar os impactos ambientais e a pressão dos preços do coque de petróleo, principal insumo energético do setor, a indústria brasileira do cimento tem ampliado, fortemente, os investimentos em combustíveis alternativos (resíduos e biomassas). “O coprocessamento, atividade responsável pela transição energética no processo de utilização de resíduos, atingiu sua melhor marca em 2023 (última medição realizada), antecipando a meta prevista em três anos. Foram 3,25 milhões de toneladas de resíduos processados. A tecnologia evitou a emissão de aproximadamente 3,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em relação aos métodos mais tradicionais de produção”, finaliza.
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