Atividade industrial aumenta, mas impactos da crise seguem severos - Revista Anamaco

Economia

Atividade industrial aumenta, mas impactos da crise seguem severos

Texto: Redação Revista Anamaco

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a atividade industrial aumentou em maio. Faturamento real, horas trabalhadas na produção e utilização da capacidade instalada cresceram após terem registrado, em abril, o pior resultado da história recente.
As altas, segundo a entidade, refletem a retomada das operações na indústria, após as paralisações ocorridas em diversas plantas, em março e em abril, quando as medidas de distanciamento social se aprofundaram e afastaram o consumidor.
O estudo mostra que o elevado crescimento de maio não foi suficiente para reverter a queda acumulada de abril. O faturamento real segue 18,2% abaixo do registrado em fevereiro e horas trabalhadas na produção caíram 15,8% na mesma comparação. A ociosidade segue bastante elevada: apesar da alta de 2,6 pontos percentuais, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) segue abaixo dos 70%, patamar até então inédito na série histórica do índice. O emprego, por sua vez, manteve-se em queda (a quarta consecutiva), ainda que em ritmo menor que no mês anterior.
A CNI revela que o faturamento real da indústria cresceu 11,4% em maio, considerando a série dessazonalizada. A alta do mês é a mais elevada desde junho de 2018, quando o faturamento cresceu 28,6%, com o fim da paralisação dos caminhoneiros. O resultado interrompe sequência de duas quedas consecutivas do faturamento (-4,2% em março e -23,5% em abril) mas, ainda assim, o faturamento do mês é 18,2% inferior ao registrado em fevereiro. O faturamento real acumulado até maio é 8,1% inferior ao registrado em igual período de 2019.
As horas trabalhadas na produção, por sua vez, aumentaram 6,6% em maio, na série dessazonalizada. A variação mensal é a mais alta da série, mas inferior à queda acumulada nos dois meses anteriores, 21% (-2,0% em março e -19,4% em abril). Com isso, o índice mostra redução de 15,8% das horas trabalhadas da produção na comparação com fevereiro de 2020. No acumulado no ano, frente ao período janeiro-maio de 2019, a queda é de 9,1%.
Já o emprego industrial caiu 0,8% em maio, considerando a série dessazonalizada. É a quarta queda consecutiva do índice, que acumula recuo de 3,6% no período. Comparando o acumulado no ano até maio com igual período de 2019, o emprego cai 2%.
Nesse cenário, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) subiu de 67% em abril para 69,6% em maio, na série dessazonalizada. A alta de 2,6 pontos percentuais interrompe sequência de dois meses seguidos de queda, período no qual a UCI se reduziu em 11,8 pontos percentuais.É o segundo mês consecutivo que o percentual se situa abaixo de 70%.

Foto: Adobe Stock

 

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