Atividade industrial recua
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com a Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a atividade industrial recuou em novembro. A pesquisa mostra que o índice de evolução da produção caiu 7,1 pontos, atingindo 44,4 pontos. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) seguiu o movimento negativo, cedeu um ponto percentual, estacionando em 70%, e está no menor patamar para o mês desde 2019.
No mesmo sentido, o índice de evolução do número de empregados retraiu 1,2 ponto, chegando aos 47,6 pontos. “Embora seja comum que a atividade industrial desacelere em novembro, a perda de ritmo em 2025 foi mais expressiva”, explica Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI.
Segundo ela, alguns elementos ajudam a explicar o processo de desaceleração da indústria. O principal deles é o patamar elevado das taxas de juros e seus desdobramentos, que acabam puxando o freio da economia e prejudicando a demanda por bens industriais por meio do encarecimento do crédito e das perspectivas de um ritmo mais fraco para a atividade econômica.
Outra notícia negativa vem do índice de estoque efetivo em relação ao usual. O indicador aumentou para 50,7 pontos em novembro. Ao ultrapassar a linha divisória de 50 pontos, o índice mostra que o nível de estoques está acima do nível planejado pelas empresas, resultado que reforça a percepção de queda na demanda por produtos industriais.
Larissa destaca que as perspectivas para a atividade industrial não são positivas. O índice de expectativa de demanda recuou 1,1 ponto, passando de 51,3 para 50,2 pontos. Próximo à linha divisória, o indicador revela que a perspectiva de crescimento da demanda para os próximos meses é moderada. O índice passou ao menor nível desde junho de 2020, no início da pandemia de Covid-19.
Já o índice de expectativa do número de empregados teve ligeiro recuo de 0,1 ponto, de 49,1 pontos para 49 pontos. Trata-se do quinto mês consecutivo em que o indicador fica abaixo da linha de 50 pontos, sinalizando uma percepção de redução da quantidade de trabalhadores na indústria nos próximos seis meses.
Enquanto o índice de expectativa de compra de insumos e matérias-primas encolheu 0,8 ponto, para 49,2 pontos. O indicador, que anteriormente apontava expectativa de manutenção do ritmo de compras de insumos, passou a indicar perspectiva de queda dessas aquisições.
Ao contrário dos demais indicadores, o índice de expectativa de quantidade exportada subiu; alta de 0,4 ponto, atingindo 48,4 pontos em novembro. Apesar disso, o indicador continua abaixo de 50 pontos, revelando que os empresários projetam queda das exportações no curto prazo.
O estudo revela, ainda, que o índice de intenção de investimento da indústria cresceu 0,7 ponto em dezembro, saltando de 55,2 pontos para 55,9 pontos. Foi a terceira alta consecutiva do indicador que, ainda assim, encerra o ano três pontos abaixo do registrado em dezembro de 2024, quando marcou 58,9 pontos. “Isso mostra que o cenário não tem mudado drasticamente e que há não elementos para acreditar que o quadro deva melhorar, significativamente, nos próximos meses”, avalia a especialista.
Para esta edição, a CNI consultou 1.402 empresas: 587 de pequeno porte; 485 médias e 330 grandes.
Foto: Adobe Stock




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