Cenário econômico afeta consumo
Texto: Redação Revista Anamaco
O mercado de trabalho aquecido e a desaceleração da inflação têm favorecido o consumo das famílias, mas o cenário econômico ainda gera insegurança e pessimismo no longo prazo na capital paulista. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em agosto, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou alta de 2,7%, alcançando 111,9 pontos, porém com retração de 12,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, e a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou, levemente, atingindo 106,2 pontos.
Na análise da entidade, a recuperação do consumo e da confiança deve ocorrer de forma lenta, dependendo da redução da inflação, da normalização do crédito, de avanços fiscais e da diminuição das incertezas externas.
A pesquisa indica que a alta do ICC de agosto foi impulsionada pelo Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), que avançou 5,2% e alcançou 108,1 pontos, devido à percepção ainda positiva do indicador de emprego e do controle do crescimento dos juros.
Enquanto o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) registrou 114,4 pontos, sua segunda queda consecutiva em comparação com os meses anteriores. Na comparação anual, o ICEA caiu 8,3% e o IEC recuou 14,3%, reforçando a avaliação negativa do momento atual e o pessimismo quanto às perspectivas.
Dentre os subíndices do ICF, cinco apresentaram aumentos - Nível de Consumo Atual (1,9%), Perspectiva Profissional (1,3%), Perspectiva de Consumo (0,8%), Acesso ao Crédito (0,2%), Emprego Atual (0,2%). No entanto, a leve retração anual, de 0,4%, do ICF aponta que o otimismo para compras ainda permanece frágil.
Já os subíndices Momento para Duráveis e Renda Atual ficaram praticamente estáveis em relação a julho mas, na comparação anual, os recuos são altos: 13,8% e 5,2%, respectivamente, permanecendo na zona de pessimismo.
O estudo revela que os consumidores estão mais cautelosos com compras de maior valor agregado, principalmente pelo encarecimento do crédito e pelas incertezas dos cenários econômicos interno e externo, que devem afetar também no emprego e na renda, como mostram as altas nos subíndices Acesso ao Crédito (+3,3%), Emprego Atual (+1,1%) e Perspectiva Profissional (+11,1%).
O ICC é apurado, mensalmente, pela FecomercioSP, desde 1994 e os dados são coletados dentre, aproximadamente, 2,1 mil consumidores, enquanto o ICF é pesquisado desde 2010, com dados de 2,2 mil consumidores. Ambas as pesquisas são feitas no município de São Paulo.
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