Economia

Confiança dos economistas melhora

As incertezas sobre os reais impactos da crise financeira mundial no Brasil, desde setembro do ano passado quando o Lehman Brothers e gigantes hipotecárias nos Estados Unidos anunciaram seus problemas, têm levado pessimismo para os economistas brasileiros. É o que aponta estudo realizado em parceria pela Fecomercio e pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB).
Em fevereiro, no entanto, o Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia (ISE) registrou alta de 1,4% em relação ao mês anterior, passando de 74 pontos para 75,1 pontos. Essa é a segunda alta consecutiva do índice em 2009. Mas apesar da alta mensal, o indicador ainda permanece em um nível considerado pessimista, abaixo dos 100 pontos.
Segundo a Fecomercio, a alta verificada neste mês pode ser explicada pela melhora das percepções dos economistas quanto ao futuro, com projeções para 12 meses. O índice que mede as expectativas registrou alta de 5,9% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, passando de 94,8 pontos para 100,4 pontos. "Esse resultado pode ser explicado pelas quedas nos índices de inflação e pelas ações pontuais anunciadas pelo governo no sentido de estimular o consumo", diz Kelly Carvalho, economista da Fecomercio.
As expectativas para o cenário atual, por sua vez, passaram de 53,3 pontos para 49,8 pontos, ou seja, queda de 6,5%. "Esta queda está relacionada à piora da percepção dos economistas no que diz respeito aos níveis de emprego e salários reais, oferta de crédito, taxa de câmbio, crescimento do PIB e até mesmo ao cenário internacional", completa Kelly.
Apesar da melhora do índice de expectativas sobre a economia brasileira, a diretoria da entidade acredita que ainda é cedo para caracterizar uma reversão de tendência do índice. O cenário atual revela que a crise financeira tem se disseminado sobre todos os setores produtivos, gerando cautela entre os agentes envolvidos, que desconhecem a sua real dimensão. "A confiança dos economistas nos próximos meses estará condicionada, basicamente, à intensidade dos reflexos da crise financeira internacional sobre as variáveis macroeconômicas", completa a pesquisadora.
O Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia (ISE) é o mais novo indicador da Fecomercio. Realizado em parceria com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB) desde junho de 2008, a pesquisa detecta as perspectivas dos economistas em relação às tendências da economia nacional e mundial. Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: percepção presente e expectativas futuras.
O ISE varia de 0 (pessimismo total) a 200 (otimismo total). É realizada, mensalmente, com cerca de 100 economistas renomados de todo País, por meio de metodologia similar àquela utilizada para a apuração do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Fecomercio.

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