Estudo revela esforço da indústria pela manutenção dos empregos - Revista Anamaco

Covid-19

Estudo revela esforço da indústria pela manutenção dos empregos

Texto: Redação Revista Anamaco

Estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado hoje (29 de maio) revela o esforço do setor industrial em manter os empregos durante a crise gerada pela Covid-19. O levantamento - encomendado pelo Instituto FSB Pesquisa - mostra que, apesar de 74% das empresas terem sido impactadas no atual cenário e 82% terem registrado queda no faturamento nos últimos 45 dias, 66% delas não demitiram funcionários em consequência da pandemia. Mesmo entre aquelas que reduziram o quadro de empregados, 78% acreditam que essa medida será temporária, ainda que 86% afirmem que haverá redução de receita no setor industrial como um todo em 2020. 
A pesquisa buscou entender melhor o impacto, o posicionamento e as perspectivas dos empresários do setor industrial em meio à crise. Para 77% dos entrevistados, a situação da doença é muito grave (35%) ou grave (42%) no Brasil. Três em cada quatro executivos diminuíram ou paralisaram a produção e 22% das empresas só têm condições financeiras de manter as atividades em funcionamento por mais 1 mês, enquanto outros 45% dizem que esse prazo é de no máximo 3 meses. Apesar do quadro desafiador, 44% acreditam que a economia brasileira vai registrar expansão nos próximos dois anos. “É possível enxergar a resiliência do empresário industrial nos dados trazidos pela pesquisa. A demissão é uma das últimas opções e, por isso, é preciso dar condições para evitar que os executivos cheguem a esse ponto. Os dados mostram que as medidas trabalhistas, que resultaram em mais de oito milhões de acordos individuais para redução de jornada e salário e suspensão de contratos de trabalho, foram importantes para a preservação de empregos”, afirma  Robson Braga de Andrade, presidente da CNI. A redução da jornada impactou 39% das indústrias e a suspensão temporária dos contratos, 22%. 
O estudo revela que os impostos foram apontados como os problemas financeiros mais significativos para as indústrias pela a parcela mais representativa dos entrevistados (26%), seguido da folha de pagamento (23%). Diante do quadro, o adiamento ou parcelamento do pagamento de impostos representa a política mais eficaz do governo para 38% dos executivos.
A maioria aprova as medidas governamentais, mas as considera insuficientes. Sete em cada dez executivos consideram apropriadas as iniciativas adotadas pelo governo. Quando questionados se essas ações eram suficientes o índice de concordância cai para 39%. Uma série de lideranças empresariais tem relatado à CNI dificuldades para acessar as linhas de créditos anunciadas pelo Governo Federal
Para garantirem a preservação dos empregos, muitos empresários foram obrigados a reduzir a jornada de trabalho com diminuição proporcional dos salários ou suspenderem os contratos. O estudo da CNI revela que 56% dos empresários recorreram aos programas oficiais do Governo Federal e 53% renegociaram com fornecedores.   
A pesquisa foi realizada, por telefone, com 1.017 executivos industriais de todas as regiões do Brasil entre os dias 15 e 25 de maio, com intervalo de confiança de 95%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

Foto: Adobe Stock

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