Eternit volta a crescer e registra lucro líquido no terceiro trimestre - Revista Anamaco

Balanço e reestruturação

Eternit volta a crescer e registra lucro líquido no terceiro trimestre

Texto: Redação Revista Anamaco

A Eternit registrou lucro líquido de R$ 40 milhões no terceiro trimestre deste ano e credita o bom resultado a um conjunto de fatores. De acordo com a empresa, o primeiro foi estrutural, com a conclusão de todo o processo de reestruturação, iniciado há três anos, que culminou no ‘turnaround’ (mudou o desempenho e voltou a crescer). Ao longo desse período, houve redução de estruturas administrativas e de custos fixos, além da revisão do portfólio de negócios, deixando de atuar em louças, reservatórios e metais. Ainda segundo a companhia, houve também uma grande mudança tecnológica, com o fim do uso de amianto na produção das telhas de fibrocimento, que foi substituído pelas fibras de polipropileno, produzidas em uma unidade da empresa em Manaus (AM).
A reestruturação foi concluída no segundo trimestre e, no terceiro trimestre, a empresa passou a operar apenas com os negócios que quer manter. "Assim, foi possível reduzir custos e eliminar operações não rentáveis, o que culminou numa concentração nos negócios voltados para cobertura, claramente as telhas de fibrocimento, a produção de fibra de polipropileno e as telhas de concreto comercializadas pela marca Tégula", afirma Luis Augusto Barbosa, presidente do Grupo Eternit.
Segundo ele, outro fator que contribuiu para o resultado trimestre foi o aquecimento do mercado de construção civil, beneficiado com o auxílio emergencial. “Como as pessoas ficaram mais tempo em casa, acabaram utilizando boa parte desses recursos para melhorar o ambiente onde vivem”, observa.
De julho a setembro, a receita líquida totalizou R$ 201,1 milhões, o que representa um aumento de 58% frente ao mesmo período de 2019, reflexo do crescimento das vendas de telhas de fibrocimento e da retomada das exportações do crisotila. "Tivemos um terceiro trimestre muito positivo em vendas e que nos permitiu recuperar o que tinha sido perdido no trimestre anterior. O primeiro foi razoável, muito em linha com o que estava no plano operacional da companhia”, explica.
No terceiro trimestre, o EBITDA Ajustado, excluídos itens não recorrentes, totalizou R$ 41,7 milhões, representando um aumento de 157% frente ao mesmo período do ano anterior. "O 3T20 marca o início de um novo ciclo da Eternit, em que as questões de lucratividade estão equacionadas", explica Barbosa.
O resultado do período também foi positivamente impactado pela Sama, que está operando com fins exclusivos para exportação. "Neste momento, nós estamos trabalhando de acordo com a legislação estadual de Goiás que permite a exploração da mina para fins exclusivos de exportação. Não usamos mais amianto em nossas fábricas de telha, assim como nenhum outro fabricante de telhas no Brasil. O produto da Sama é embalado automaticamente na mineradora em Goiás e de lá vai diretamente para os clientes no exterior. Nós entendemos que essa situação tende a se perenizar, mas ainda dependemos do julgamento de um questionamento da constitucionalidade dessa lei, o que está em análise no STF, pondera o presidente do Grupo Eternit.
Segundo ele, a Eternit está com uma taxa de ocupação bastante elevada em todos os ativos de fibrocimento e na planta de Manaus. Já a Sama, como está operando exclusivamente para exportação, trabalha parcialmente, com um terço de sua capacidade nominal. "É importante salientar que estamos concluindo um processo de turnaround, em um momento em que o mercado também está aquecido. É claro que o resultado é muito bom por conta dessas duas situações concomitantes. Mas, independentemente disso, concluímos um processo de reestruturação, temos uma nova tecnologia estabilizada, com um portfólio de negócios enxuto e rentável. A Eternit voltou a ser rentável por si só, pois seu principal negócio, as telhas de fibrocimento, voltou a ser rentável", ressalta o gestor.
O executivo garante que a empresa vem cumprindo todas as etapas do plano de recuperação judicial, que foi aprovado pelos credores.

Foto: Divulgação

 

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