Executivos do varejo apresentam demandas - Revista Anamaco

Encontro com o governo

Executivos do varejo apresentam demandas

Texto: Redação Revista Anamaco com informações da Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve reunido hoje (14 de junho), em Brasília, com empresários do varejo associados ao Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Na pauta, as demandas do setor sobre juros, crédito, lealdade concorrencial e Reforma Tributária.
Do lado do governo, Fernando Haddad, ministro da Fazenda; Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Rui Costa, ministro da Casa Civil; Alexandre Padilha, ministro das Relações Internacionais; e presidentes de bancos participaram do encontro, que contou com a presença de mais de 30 varejistas de diversos setores econômicos e executivos do IDV, entre eles, Jorge Gonçalves Filho (Saint-Gobain Distribuição Brasil), diretor e Presidente do IDV; Peter Furukawa, presidente da Quero-Quero; Jordana Rocha Barros, diretora Geral de Operações da Telhanorte; Luiza Helena Trajano e Frederico Trajano, respectivamente presidente do Conselho de Administração e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável e presidente do Magazine Luiza. Juntos, discutiram soluções para reativar o consumo e destravar o setor.
Na ocasião, Lula frisou que sua obsessão é gerar emprego. "Minha outra obsessão é transformar esse País num país de classe média. Ninguém quer precisar de ajuda para sobreviver. As pessoas querem ser classe média e esse país tem potencial. Mesmo quando tentaram quebrá-lo, ele não quebrou", ressaltou.
Após a reunião, em entrevista coletiva, Alckmin afirmou que não há razão para o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% ao ano. Segundo ele, os juros futuros estão em queda, enquanto os juros reais continuam subindo. “Isso prejudica muito a atividade econômica, ou seja, prejudica o emprego. E, na realidade, o juro não está parado, o juro real está subindo há vários meses, porque à medida em que fica parada em 13,75% a Selic e a inflação está caindo, o juro real está subindo no Brasil sem nenhuma razão para isso. Não há demanda crescente, pelo contrário, acabamos de verificar agora nos últimos números do varejo um não crescimento. A taxa de juros é extremamente preocupante”, salientou.
Gonçalves Filho, presidente do IDV, frisou que o setor varejista também espera uma regressão dos juros no curto prazo. “Sabemos que o Banco Central tem o rito para que isso ocorra. Notamos que vários programas que serão bons para o varejo, para o mercado, dependem disso também, não só a questão da Selic, do Banco Central, mas o juro praticado no cartão de crédito, que é muito elevado, e que é o próprio mercado que determina”, ressaltou.
O executivo lembrou que as vendas no varejo tiveram uma retração no primeiros quatro meses do ano e que, durante a reunião, foram apresentadas as possibilidades de retomada, como medidas para impulsionar o crédito e investimentos em outros setores que refletem no varejo, como infraestrutura. “Aquele velho triângulo: renda, emprego e crédito. Então, vamos ajudar na questão do crédito. Pelas medidas que ouvimos, que estão aí para serem anunciadas, deve melhorar a atividade produtiva e acreditamos que o varejo terá um melhor segundo semestre”, disse Gonçalves Filho.
Na análise do presidente do IDV, a reunião com o presidente Lula foi produtiva. “Tratamos de temas muito importantes para o varejo. Podemos falar sobre a questão da ilegalidade no varejo, as iniciativas que o governo já tomou na questão da cross border do varejo digital, das grandes possibilidades que têm de fomentar o varejo através do crédito, da colaboração no Programa Desenrola – de renegociação de dívidas - da questão da empregabilidade do varejo, como ele pode multiplicar a questão do primeiro emprego, já que o varejo é o maior empregador do País”, salientou;
Sobre a Reforma Tributária, o presidente do IDV disse que a entidade colaborará nas negociações mostrando como é o varejo na ponta. Segundo Alckmin, os pontos da Reforma foram debatidos de maneira muito positiva.
O Governo Federal trabalha em uma nova forma de cobrança de impostos em remessas internacionais. Segundo Alckmin, a importação de produtos sem pagar imposto chegou a quase R$ 70 bilhões em 2022, quase 1% do Produto Interno Bruto (PIB). “É dever do governo manter uma concorrência leal. A importação sem pagamento de impostos não prejudica só o comércio instalado, prejudica também a indústria brasileira”, disse Alckmin.
O presidente do IDV explicou que o governo e o setor varejista também trabalham na elaboração de plano de conformidade. “Para que as empresas estrangeiras, plataformas digitais e comércio estrangeiro que estejam no Brasil participem, invistam e paguem os impostos. Então, não queremos nada mais do que ser isonômico em termos de competição”, comentou, antecipando que o plano deve entrar em vigor em julho.

Foto: Cadu Gomes/VPR

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