Habitação nas cidades - Revista Anamaco

Por Claudio Conz

Habitação nas cidades


Claudio Conz, presidente Executivo da FBM - Fundação Brasileira de Marketing

A vida urbana enfrenta desafios crescentes, especialmente no Brasil. As cidades lidam com a vulnerabilidade às mudanças climáticas, evidenciada por ilhas de calor e inundações. Problemas como trânsito, poluição e segregação social agravam a crise da habitação, afetando, inclusive, outros países de formas diversas.
A presença de pessoas em situação de rua e a necessidade de espaços para comunidades indígenas e quilombolas são urgentes. A disparidade entre renda e preço de imóveis torna a compra de uma casa um desafio. Políticas habitacionais, como o Programa Minha Casa, Minha Vida, mostram-se insuficientes para atender à demanda.
Essas políticas muitas vezes focam na construção de moradias isoladas, sem uma abordagem integrada. É vital repensar essas estratégias, promovendo um planejamento que vincule moradia a oportunidades de emprego e desenvolvimento social. A renovação de espaços ociosos nas cidades deve ser prioridade, pois podem ser reciclados para habitação social.
Maximizar o uso do ambiente construído é crucial diante das questões climáticas. O Brasil já possui experiências, como o PAC de urbanização de favelas, que demonstram a viabilidade de intervenções em assentamentos precários. Também é necessário desenvolver mecanismos para transformar espaços ociosos em habitações sociais.
O conceito de "cidade de 15 minutos" é interessante, mas sua aplicação pode ser desafiadora. Uma alternativa poderia ser a "cidade de 30 minutos", que reconhece as dificuldades locais. O importante é garantir que as pessoas tenham acesso a serviços essenciais, promovendo inclusão.
A favelização é um fenômeno que reflete a ausência de políticas públicas eficazes. Enfrentar a informalidade urbana exige mais do que medidas pontuais. É preciso combinar planejamento urbano, regularização fundiária e políticas habitacionais acessíveis.
A urbanização informal deve ser vista como um sinal de alerta, convidando governos, sociedade e setor privado a planejar cidades mais justas e funcionais para todos.

“Nossa capacidade de sentir empatia pelos outros começa com a capacidade de imaginar o sofrimento deles. A consideração pelos outros vem da capacidade de nos colocarmos no lugar deles” - Daisaku Ikeda

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