Inadimplência sobe em outubro - Revista Anamaco

Endividamento e inadimplência

Inadimplência sobe em outubro

Texto: Redação Revista Anamaco

O Indicador de Inadimplência, calculado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), aponta que 41,23% dos brasileiros adultos estavam negativados em outubro, o que representa 68,11 milhões de consumidores. Em comparação com o mesmo mês de 2023, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 1,13% em outubro. Na passagem de setembro para outubro, o número de devedores cresceu 0,94%.
José César da Costa, presidente da CNDL, avalia que o novo aumento da inadimplência indica um aperto financeiro persistente, principalmente para os consumidores da faixa etária de 30 a 39 anos, onde se concentra a maior parte dos devedores. “Com o aumento da taxa Selic e a previsão de novas altas nos juros, o custo do crédito deve ficar pior para financiamentos e empréstimos, afetando ainda mais os consumidores endividados, principalmente aqueles com dívidas bancárias. Essa é uma situação preocupante, já que a maior parte das dívidas em atraso se concentra no setor bancário, com crescimento de 4,16% nas dívidas dessa categoria”, lamenta Costa.
O estudo revela que, em outubro, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.425,73 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,12 empresas credoras. Os dados mostram, ainda, que quase três em cada dez consumidores (30,93%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,74% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
A pesquisa indica que, em outubro, o número de dívidas em atraso no País teve crescimento de 2,28% em relação ao mesmo período de 2023. Na passagem de setembro para outubro, o número de dívidas apresentou alta de 1,59%.
Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou-se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 4,16%. Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Água e Luz (-6,77%), Comércio (-5,90%) e Comunicação (-5,46%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.
Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil, observa que, com a proximidade das festas de fim de ano, muitos consumidores enfrentam maiores despesas relacionadas a presentes, celebrações e viagens. Além disso, o início do ano traz encargos tradicionais, como matrículas escolares e impostos (IPTU, IPVA). “Essas despesas, somadas a um cenário de crédito mais caro e alto endividamento, podem afetar ainda mais a inadimplência. A expectativa fica por conta da entrada de recursos na economia com os trabalhos temporários e o 13º salário. Dentro desse cenário, é fundamental que o consumidor se planeje e priorize o pagamento das dívidas”, salienta.
Na abertura por Região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio do Centro-Oeste (6,44%), seguida pelo Nordeste (2,46%), Sudeste (1,19%) e Norte (0,25%). Por outro lado, o Sul (-1,68%) mostrou queda no número de dívidas na comparação anual.
Em termos regionais, o maior percentual de inadimplentes está na Região Centro-Oeste, onde 44,54% da população adulta está incluída em cadastros de devedores. Por outro lado, no Sul, a proporção de negativados equivale a 36,66% da população adulta.

Foto: Adobe Stock

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