Indústria brasileira do cimento apresentará o Roadmap Net Zero na COP30
Texto: Redação Revista Anamaco
Após lançar um roteiro de descarbonização na indústria de base do Brasil, a indústria brasileira do cimento está atualizando sua trajetória de mitigação, por meio do Roadmap Net Zero, que será lançado durante a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada, em novembro, em Belém (PA). A iniciativa foi escolhida entre os 140 painéis que irão compor o Pavilhão Brasil, dos mais de 1.250 projetos submetidos para avaliação do Ministério do Meio Ambiente.
De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), o novo roadmap terá como foco não apenas as emissões do processo produtivo, mas também o ciclo de vida completo do cimento, incluindo seu uso na cadeia da construção civil, e as potencialidades das remoções florestais e soluções baseadas na natureza (SbN). A meta é atingir a neutralidade de carbono até 2050.
Em um cenário global onde a sustentabilidade se tornou premissa para o desenvolvimento, a indústria nacional demonstra que é possível conciliar crescimento econômico, responsabilidade ambiental e inclusão social.
Segundo dados da Associação Global de Cimento e Concreto (GCCA), o maior e mais completo banco de dados de indicadores ambientais e de CO2 do setor industrial no mundo -, a produção de uma tonelada de cimento no planeta gera, em média, 600 kg de CO2.
O Brasil, no entanto, destaca-se por estar entre os países com menor intensidade de carbono no setor, com 580 kg de CO2 por tonelada, resultado direto de décadas de investimento em inovação, eficiência energética, uso de energias renováveis e de matérias-primas e combustíveis alternativos.
Segundo a ABCP, a indústria brasileira do cimento é pioneira no uso de adições e subprodutos de outras cadeias produtivas, alcançando os maiores percentuais de substituição de clínquer (componente principal do cimento) do mundo. Além disso, dobrou sua participação no uso de combustíveis alternativos nos últimos 15 anos, superando 30% da matriz energética, ficando atrás apenas da União Europeia.
Biomassas como casca de arroz, caroço de açaí, cavaco de madeira e resíduos urbanos e industriais são hoje fontes significativas de energia no setor, substituindo combustíveis fósseis como o coque de petróleo. Esses avanços anteciparam em cinco anos metas previamente estabelecidas e demonstram um compromisso real com a sustentabilidade.
Esse compromisso está alinhado às diretrizes do Plano Clima, instrumento da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), com metas até 2035. A indústria está trabalhando em estreita colaboração com o governo federal para definir metas setoriais que combinem a descarbonização com o crescimento econômico.
Foto: Adobe Stock




|| Orgulhosamente desenvolvida por 