Indústria brasileira tem queda no ranking mundial de produção e exportação - Revista Anamaco

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Indústria brasileira tem queda no ranking mundial de produção e exportação

Texto: Redação Revista Anamaco

O desempenho da indústria de transformação brasileira no mundo em 2021 refletiu a perda de competitividade do País nos últimos anos. Dados do estudo Desempenho da Indústria no Mundo, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontam que o Brasil perdeu posição no ranking mundial tanto de produção como de exportações no último ano em comparação com 2020.
De acordo com o levantamento, a produção brasileira registrou recuo na participação mundial, passando de 1,31%, em 2020, para 1,28%, em 2021, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). Consequentemente, o Brasil foi ultrapassado pela Turquia e caiu para a 15ª posição no ranking. 
Já no indicador referente às exportações mundiais de bens da indústria de transformação, a fatia de participação brasileira cresceu de 0,77%, em 2020, para 0,81%, em 2021, de acordo com a estimativa da CNI.
Na avaliação da entidade, o aumento, no entanto, não deve ser suficiente para subir ou manter a classificação no ranking, o que deve levar o Brasil a perder uma posição e passar de 30º para 31º lugar, perdendo espaço para a Indonésia. “Para reverter essa trajetória de perda de participação nas exportações de bens industriais, precisamos de uma estratégia nacional de comércio exterior, que enderece os velhos desafios de competitividade como a burocracia e os resíduos tributários nas exportações e, ao mesmo tempo, amplie e aprimore nossas redes de acordos comerciais para evitar dupla tributação com parceiros estratégicos”, afirma Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI.
Segundo ela, em relação à participação do Brasil nas exportações mundiais da indústria de transformação, o aumento estimado pela CNI não deve ser suficiente para manter ou posicionar melhor o País no ranking mundial. “Apesar do aumento, o percentual está abaixo do registrado antes da pandemia de Covid-19 e não nos permite afirmar que o País conseguirá reverter a tendência de queda iniciada em 2012”, explica Constanza.
De acordo com o estudo, as exportações mundiais caíram 5,3% em 2020 e a estimativa da CNI indica um aumento de 20,4% em 2021. No Brasil, a queda nas exportações, em 2020, representa mais que o dobro da média mundial (12,6%) e, para 2021, a perspectiva é de um crescimento de 26,3%, acima da média global.
Considerando o desempenho brasileiro e de seus 11 principais parceiros comerciais, além do Brasil, a China, a Argentina e os Países Baixos devem registrar tímido aumento nas respectivas participações, ao contrário de todos os demais países, que devem ter queda. 
Segundo a gerente, a estimativa é de que a Coreia do Sul, a Alemanha e o Japão registrem as maiores perdas de participação entre 2020 e 2021, considerando os parceiros comerciais do Brasil avaliados. Mesmo assim, os dois últimos países devem se manter na segunda e na quarta posição no ranking dos maiores exportadores mundiais, respectivamente. Já para a Coreia do Sul, a previsão é que sejam perdidas duas posições no ranking, levando o país ao 8º lugar.
Com a queda da participação brasileira na produção mundial da indústria de transformação, o País ocupa a menor fatia desde 1990 e mantém a tendência de queda desde 1996. O Brasil se manteve entre os 10 maiores produtores industriais do mundo até 2014, mas com a recessão de 2014 a 2016 e a desvalorização do Real, perdeu posições para o México e a Indonésia; em 2018, foi ultrapassado por Taiwan e Rússia; e no dado mais recente, em 2021, perdeu espaço para a Turquia. 
Entre os 11 principais parceiros comerciais do Brasil, a China teve o melhor desempenho tanto na produção como nas exportações mundiais da indústria de transformação em 2021. O país registrou aumento de 17,10%, em 2020, para 18,43%, em 2021, segundo estimativa da CNI, e lidera o ranking.

Foto: Adobe Stock

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