Vendas recuam

Texto: Redação Revista Anamaco

De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), o volume de vendas de cimento, em novembro, totalizou 5,4 milhões de toneladas, uma retração de 0,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a novembro, os números também foram negativos: venda de 58,5 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 2,5% comparado ao mesmo período de 2021. “Em um mês tradicionalmente forte em vendas para o setor, a comercialização de cimento segue negativamente afetada pela Copa do Mundo, somada às incertezas em relação aos rumos da economia, juros altos e forte endividamento das famílias, projetando uma queda de cerca de 2% em 2022”, explica Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.
O executivo observa que a política monetária restritiva no País, que elevou a Selic a 13,75%, dificulta o financiamento imobiliário e desloca investimentos para ativos financeiros. Outro fator importante, segundo ele, é o desempenho do programa Casa Verde Amarela, que registrou recuo até setembro nos lançamentos em 26,2% e nas vendas em 9,3%, ante mesmo período do ano passado. O programa participa hoje no total dos empreendimentos imobiliários com 34% dos lançamentos, mas, no passado, chegou a 60%.
Penna frisa que, se por um lado houve boa recuperação do emprego, com a taxa de desocupação recuando para 8,3%, o menor nível desde maio de 2015, por outro a renda não teve o mesmo desempenho, com salários inferiores ao período anterior à pandemia. “O impacto se reflete na retração de 6,6% nas vendas de material de construção até outubro de 2022 e no alto endividamento da população, que estacionou em nível recorde”, salienta.
Na sua análise, para reverter esse desempenho será necessário ampliar os investimentos na construção civil, já sinalizado pelo futuro governo, no desenvolvimento urbano e de infraestrutura.

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