Maioria dos brasileiros compra perto de casa - Revista Anamaco

Consumo

Maioria dos brasileiros compra perto de casa

Texto: Redação Revista Anamaco

Apesar do crescimento no número de brasileiros que fazem suas compras pela internet, o comércio perto de casa segue na preferência dos consumidores como principal local de compra do dia a dia. É o que aponta a pesquisa “Impactos da Mobilidade Urbana no Varejo”, conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). 
Segundo o estudo, o comércio perto de casa é preferência de 77% dos entrevistados. O número é expressivo, mas caiu na comparação com 2017, quando a pesquisa apurou um percentual de 84% para as lojas físicas mais próximas. Outros locais aparecem com diferença expressiva: 8% afirmaram que fazem a maior parte das compras perto do trabalho; 6% citaram os sites de lojas virtuais (em 2017, o percentual era de 2%) e 5% citaram os aplicativos (ante 0,6% em 2017).
Entre aqueles que disseram preferir fazer compras perto de casa, 20% afirmam que a escolha se deve ao conforto e à comodidade. Outros 20% apontam a agilidade e a facilidade como principal motivo de escolha. 
O levantamento indica, ainda, que acessibilidade e localização foram apontadas por 17%. Em seguida, aparecem o costume e o conhecimento do local (15%); o preço (9%); e a possibilidade de evitar trânsito (8%), entre outros motivos. As razões mais citadas para as compras perto do trabalho foram basicamente os mesmos: a agilidade e facilidade (21%), a localização e acessibilidade (16%), o conforto e comodidade (15%), a possibilidade de evitar o trânsito (13%) e os preços (10%). 
Considerando os motivos de quem compra mais pela internet, o ranking muda: os preços aparecem em primeiro lugar, mencionados por 52%. Em seguida, são citados a agilidade/facilidade (16%); o conforto/comodidade (14%); a variedade de produtos e serviços (6%); e a possibilidade de evitar o trânsito e o engarrafamento (6%). 
José César da Costa, presidente da CNDL, observa que existe uma tendência de crescimento no consumo on-line, mas o brasileiro ainda está muito habituado a fazer suas compras perto de casa ou do trabalho. “Questões como segurança e mobilidade urbana são pontos importantes neste contexto. Por isso, é fundamental a construção de políticas públicas que ofereçam estrutura aos comércios de bairro, o que estimula o desenvolvimento de micro e pequenos negócios, essenciais para o crescimento econômico do País”, destaca.
O executivo também lembra dos hábitos de consumo gerados durante a crise sanitária. “Percebemos uma mudança de comportamento após a pandemia, uma vez que as pessoas passaram a priorizar compras perto de casa, evitando os grandes centros e transporte públicos”, aponta Costa. 
Além do local, os entrevistados responderam sobre o tipo de estabelecimento onde mais realizam compras. As lojas de rua foram o tipo mais citado (57%), sobretudo entre as classes C, D e E (59%). Os shopping centers aparecem em seguida, mencionados por 15% -- nesse caso, com um percentual mais destacado entre as classes A e B (30%).
A pesquisa também analisou os empecilhos para as compras em lojas de rua. O principal foi a insegurança, traduzida pelo risco de assaltos. Esse problema foi citado 34% dos entrevistados. Em seguida, apareceram os preços (20%); as dificuldades para estacionar (17%); o horário de funcionamento (17%); o trânsito (17%); e a dificuldade de circulação (16%). 
Diante desses problemas, as soluções para aumentar a frequência das compras em lojas de rua seria o preço dos produtos, mencionado por 52% (percentual que cai para 42% nas classes A e B). A segurança aparece em seguida, citada por 47%. Para 39% dos entrevistados, lojas maiores, com grande variedade de produtos, também seria um estímulo para as compras em comércio de rua. 
Além desses motivadores, os entrevistados mencionaram a ampliação do horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais (25%); criação de mais estacionamentos (22%, sendo que nas classes A e B o percentual foi de 37%), entre outros. 
Se a segurança é o principal problema identificado para compras nas lojas de rua, nos shoppings centers o preço dos produtos é o fator limitador do consumo (74%). O custo do estacionamento pago foi mencionado por 42%. Em seguida, aparecem o trânsito (23%); a dificuldade de locomoção (20%); e acessibilidade para deficientes ou pessoas com mobilidade reduzida (5%). 
A pesquisa mostra que, mesmo para as compras realizadas perto de casa, a mobilidade é importante, até para que o pedestre transite em segurança. Na avaliação de 23% dos entrevistados, a construção de faixas de ônibus, ciclofaixas e espaços exclusivos para pedestres prejudica o comércio local. Já para a maioria (70%) essas iniciativas de aperfeiçoamento da mobilidade não prejudicam o consumo. 

Foto: Adobe Stock

 

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