Os principais problemas no 2º trimestre - Revista Anamaco

Sondagem Industrial

Os principais problemas no 2º trimestre

Texto: Redação Revista Anamaco

De acordo com a Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os empresários industriais consideraram que a demanda interna insuficiente, a elevada carga tributária e as altas taxas de juros foram os principais problemas enfrentados no segundo trimestre. Para compor a pesquisa, foram feitas 1.599 entrevistas.
Paula Verlangeiro, economista da entidade, avalia que esses problemas explicam o fato de a indústria ter tido um desempenho pior em junho em comparação ao mês anterior. Em junho, o emprego industrial caiu pelo nono mês consecutivo e a produção recuou 5,3 pontos. Ao sair de 51,6 pontos em maio para 46,3 pontos em junho, a produção cruzou a linha, que separa a queda da alta na produção. O índice varia de 0 a 100 pontos, com uma linha de corte em 50 pontos. Valores abaixo deste ponto representam queda. “A queda do emprego foi mais branda e menos disseminada para o mês do que nos anos anteriores. No caso da produção, foi diferente. O recuo foi mais intenso do que o esperado para o mês. A queda desses indicadores vem em linha com a perda do ritmo de crescimento devido à política monetária”, explica Paula.
Além disso, o percentual de empresários que reclamam da falta ou do alto custo da mão-de-obra qualificada e da competição desleal aumentou. No primeiro caso passou de 13,9% para 15,6% e no segundo de 14,8% para 15,5% entre o 1º e o 2º trimestre deste ano.
A pesquisa mostra que o indicador de evolução do preço de matérias-primas sofreu uma queda expressiva de 6,4 pontos, passando para 49,5 pontos. Essa é a primeira vez que ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos na série histórica, o que indica preços em queda.
Esse resultado ocorre após sucessivos recuos do indicador, que vinham ocorrendo, gradualmente, desde o primeiro trimestre de 2022. O índice mostra, portanto, que a questão das matérias-primas deixou de ser crítica.
Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou estável na passagem de maio para junho, mantendo-se em 69%. Avaliando a UCI nos últimos anos para o mês de junho, em 2021, o percentual foi de 71% e, em 2022, foi de 70%.  
O índice de evolução do nível de estoques, por sua vez, manteve-se em 51,3 pontos na passagem de maio para junho. O resultado acima da linha divisória de 50 pontos indica crescimento dos estoques frente ao mês anterior. Desde fevereiro, o índice encontra-se acima dos 50 pontos, mostrando acúmulo de estoques.
O nível de estoque efetivo em relação ao planejado aumentou 1,3 ponto, registrando 52,6 pontos em junho. Com a alta, o índice se afastou da linha divisória de 50 pontos, o significa que o excesso de estoques se ampliou na passagem de maio para junho.
O estudo mostra, ainda, que, em julho, todos os índices de expectativas subiram e ficaram acima dos 50 pontos, o que sinaliza maior otimismo dos empresários para os próximos seis meses. O índice de expectativa de demanda registrou 55,6 pontos, o que representa aumento de um ponto frente a junho. O índice de expectativa de quantidade exportada apresentou aumento de 1,4 ponto, registrando 52,2 pontos.
O índice de expectativa de compras de matérias-primas foi de 53,5 pontos, resultado 0,8 ponto maior do que o do mês anterior. Já o índice de expectativa de número de empregados foi de 51,1 pontos, 0,4 ponto acima do mapeado em junho.
A pesquisa aponta estabilidade na intenção de investimento na passagem de junho para julho, com aumento de 0,1 ponto, para 54,1 pontos. O índice segue relativamente estável desde o fim de 2022, acima da média histórica de 51,5 pontos.

Foto: Adobe Stock

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