Pesquisa aponta pessimismo menor no matcon, mas preocupação com futuras ações do governo - Revista Anamaco

Termômetro Anamaco

Pesquisa aponta pessimismo menor no matcon, mas preocupação com futuras ações do governo

Texto: Redação Revista Anamaco

De acordo com a pesquisa Termômetro Anamaco, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) para a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os varejistas de material de construção mostraram-se menos pessimistas em outubro em relação a setembro.
Segundo o estudo, as indicações de crescimento nas vendas ficaram praticamente estáveis, passando de 18% para 17% das respostas. No outro extremo, entretanto, as assinalações de queda recuaram de 34% para 28%. Em outubro de 2021, essas percepções haviam sido de 20% e 33%, respectivamente.
Com os resultados, o indicador Anamaco de vendas correntes manteve-se no campo do pessimismo (abaixo de 100), passando de 84 para 89 entre setembro e outubro. Em setembro de 2021, seu valor havia sido de 87.
No recorte por especialidade das lojas, a relativa estabilidade nas assinalações de alta das vendas em outubro frente ao mês anterior foi registrada em quase todos os segmentos. A exceção foram as lojas especializadas em material elétrico, nas quais esse indicador teve queda de 9 p.p na mesma comparação.
Considerando os pontos de venda pelo porte (número de colaboradores), tanto as lojas muito pequenas (até 9 funcionários) quanto os home centers (mais de 99) apresentaram relativa estabilidade nas assinalações de alta nas vendas em outubro. Já nas lojas de porte médio (de 10 a 49 colaboradores), o indicador de vendas em alta no mês corrente caiu 6 p.p. em outubro frente setembro.
O levantamento mostra que, considerando as assinalações de queda nas vendas houve recuos importantes que chegaram a 8 p.p. entre os muito pequenos (até 9 funcionários) e a 19 p.p. no caso dos  home centers.
Em termos regionais, as assinalações de crescimento nas vendas no mês corrente variaram bastante. Na comparação entre setembro e outubro houve alta no Sudeste (de 15% para 16%) e no Norte (de 24% para 32%). Quedas foram registradas no Sul (de 15% para 9%), no Centro-Oeste (de 28% para 19%) e no Nordeste (de 23% para 22%).
O recuo de assinalações de queda nas vendas correntes, por outro lado, ocorreu em todas as regiões, exceto no Centro-Oeste. A retração desse indicador foi expressivo no Sudeste: 12 p.p. entre setembro e outubro.
A pesquisa revela, ainda, que, em outubro, os indicadores de vendas correntes e de expectativas de vendas para os próximos três meses evoluíram em sentidos opostos. Assim, o indicador de vendas para os próximos meses passou de 142 para 115 na comparação com o mês anterior, mas manteve-se nível de otimismo (acima de 100) apesar da queda de 27 p.p. Em outubro de 2021, o nível do indicador de expectativas havia sido de 128.
Na análise da FGV, a comparação interanual sugere que o comportamento das expectativas de vendas nos próximos três meses está dentro do padrão sazonal típico da virada de ano, quando o desempenho do varejo de material de construção desacelera.
Na média nacional, 37% dos entrevistados responderam de forma otimista sobre as vendas esperadas para os próximos três meses. Em termos regionais, os maiores níveis de otimismo foram registrados no Nordeste (50% das respostas) e no Norte (45%). Nas demais regiões, as assinalações otimistas foram de 30% no Sudeste, 40% no Sul e 35% no Centro-Oeste.
Segundo o levantamento, a característica mais marcante dos resultados do Termômetro de outubro se refere às expectativas dos revendedores de material de construção quanto às ações do governo nos próximos doze meses. Entre setembro e outubro, as assinalações otimistas tiveram grande queda, passando de 51% das respostas para apenas 32%.

Foto: Adobe Stock

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