Crédito

Pesquisa da CNDL e do SPC Brasil mostra retração na procura por crédito no País

Texto: Redação Revista Anamaco

O cenário da busca por crédito no Brasil registrou queda de 10,17% em agosto em relação ao mesmo mês de 2024. Já na passagem de julho para agosto, o número de consultas caiu 25,06%. Os dados são do Indicador de Demanda por Crédito, da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que monitora, mensalmente, a evolução das consultas de crédito no País. "A queda em relação a julho indica uma retração importante na procura por crédito, reflexo de uma taxa Selic alta, que acaba encarecendo as linhas de crédito de maneira geral e inibindo o consumo”, explica José César da Costa, presidente da CNDL.
Na análise do perfil do consumidor que buscou crédito no Brasil em agosto, a pesquisa revela que o público predominante é o masculino, com participação de 54,49%. Na abertura por faixa etária, o público com participação mais expressiva foi de 40 a 49 anos, que representou 24,25 do total.
Entre os entrevistados, 4,84% contrataram algum serviço de crédito. Os dados mostram que desse percentual, 82,51% contrataram Empréstimo e 13,87% Financiamento, totalizando 96,38%.
O estudo mostra, ainda, que, na abertura por grupos financeiros que realizaram consultas em agosto, o grupo com participação mais expressiva no Brasil foi Intermediação monetária depósitos à vista (43,59%), seguido por Seguros de vida e não vida (19,27%), que totalizam 62,86% das consultas. No momento da consulta, 33,81% dos consumidores possuíam alguma restrição ativa.
Abrindo os resultados por Região, o Sudeste apresentou a maior participação no número de consultas em agosto, com 46,16%, seguido pelo Nordeste (21,23%), Sul (17,78%), Centro-Oeste (8,39%) e Norte (6,44%).
Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil, salienta que o  Brasil enfrenta um círculo vicioso: consumidores recorrem ao crédito para fechar o orçamento, são negados ou aceitam linhas muito caras, acabam reincidindo na inadimplência e voltam a buscar novas formas de financiamento. “Esse movimento trava o consumo, pressiona o varejo e eleva o risco do mercado de crédito. A saída exige a ampliação de linhas mais acessíveis, substituindo modalidades como o rotativo e o cheque especial, além de políticas de renegociação atreladas à educação financeira. Também é fundamental atenção à política fiscal, para criar condições de uma redução mais célere da taxa de juros”, aponta o executivo.

Foto: Adobe Stock

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