Quase metade das indústrias brasileiras já investe em fontes renováveis de energia - Revista Anamaco

Pesquisa

Quase metade das indústrias brasileiras já investe em fontes renováveis de energia

Texto: Redação Revista Anamaco

Com a urgência de combater as mudanças climáticas, a indústria brasileira tem intensificado os esforços para incorporar fontes renováveis de energia no processo produtivo. De acordo com pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) à Nexus, em 2024, 48% das empresas afirmaram investir em ações ou projetos de uso de energia hídrica, eólica, solar, biomassa ou hidrogênio de baixo carbono. Esse percentual representa um salto significativo em relação a 2023, quando 34% das empresas indicaram iniciativas voltadas à geração de energia limpa.
O estudo considera entrevistas com mil executivos de indústrias de pequeno, médio e grande porte de todos os Estados brasileiros. “O aumento do interesse em investir em fontes de energia renováveis demonstra que o Brasil está na vanguarda da transição energética e reflete o compromisso crescente da indústria brasileira com a sustentabilidade. O avanço reforça a conscientização do setor sobre seu papel no enfrentamento das mudanças climáticas”, afirma Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI.
A pesquisa revela que, entre as indústrias que investiram em programas ou ações para o uso de fontes renováveis de energia, a autoprodução foi a principal estratégia (42%). Elas buscaram, sobretudo, reduzir custos (50%). 
Regionalmente, o Nordeste se destaca como líder em termos de investimentos em projetos de energias renováveis. Segundo o levantamento, 60% das indústrias da Região apostam em projetos de energia limpa. No Norte e Centro-Oeste, o índice é de 56%; no Sul, 53%; e no Sudeste, 39%.
A pesquisa indica que aumentou, também, o número de indústrias que consideram a energia renovável e a inovação como estratégias para a descarbonização. Em 2024, 25% das empresas indicaram o uso de fontes renováveis como prioridade para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE), um crescimento de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior. 
No quesito inovação, o avanço foi ainda mais expressivo: o percentual de empresas que priorizam a inovação tecnológica para descarbonização passou de 14% em 2023 para 20% em 2024. O estudo revela, ainda, que mais de 60% das empresas entrevistadas têm interesse em financiamento para adequação do maquinário para fins de descarbonização. Por outro lado, nove em cada 10 reclamam da falta de incentivo tributário para as ações de descarbonização industrial.
De acordo com a CNI, as indústrias brasileiras implementam, em média, seis medidas de sustentabilidade. Entre as práticas mais comuns estão: redução da geração de resíduos sólidos (89%); otimização do consumo de energia (86%); modernização de maquinário para ganhos ambientais (81%); redução ou eliminação da poluição da água (79%); otimização do uso da água (79%) e aperfeiçoamento dos processos produtivos para melhorar o desempenho ambiental (77%). 
Em relação à logística reversa, 70% das médias e grandes indústrias já desenvolvem ações. Empresas que fabricam produtos no Brasil têm responsabilidade compartilhada com governos e cidadãos para evitar o desperdício. 
Para 83% dos entrevistados que investem em práticas e projetos em economia circular, as iniciativas contribuem diretamente para a redução de GEE. 

Foto: Adobe Stock

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