60+ e o Futuro da Moradia
Claudio Conz, presidente Executivo da FBM - Fundação Brasileira de Marketing
O Brasil vive uma transformação demográfica sem precedentes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 15 anos, teremos mais idosos (60+) do que jovens (menos de 18). Até 2050, o País saltará de 27 milhões para mais de 60 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Essa realidade exige uma mudança estrutural no mercado imobiliário e nos produtos que serão vendidos no comércio de material de construção.
Precisamos pensar além do curto prazo e conceber empreendimentos flexíveis e adaptáveis, que promovam convivência e bem-estar, assim como soluções, em material de construção, para adaptação das mais de 70 milhões de residências que existem no Brasil. A "melhor idade" não quer ser exceção; é uma geração economicamente ativa que busca autonomia, conforto, segurança e acesso facilitado a saúde e bem-estar.
A inovação não é luxo, mas exigência estratégica. Prédios do futuro devem ser inteligentes, acessíveis, conectados e preparados para um envelhecimento ativo. As casas já existentes precisam ser confortáveis e, principalmente, seguras para atender a esse mercado. O conceito de "sênior living", já consolidado globalmente, precisa de adaptação à realidade brasileira, considerando aspectos culturais, econômicos e sociais.
A escuta do consumidor, a análise de dados e a coragem de romper padrões são essenciais para construir e reformar o futuro da moradia. Aqueles que interpretarem essa nova realidade e se anteciparem terão um papel fundamental na criação de cidades mais inclusivas e sustentáveis.
A consolidação desse modelo não é uma questão de "se", mas de "quando". E a resposta é clara: já está acontecendo.
“Tentar nos aprimorar e tornar o mundo um lugar melhor envolve uma luta incessante contra problemas e dificuldades. Mas a vida daqueles que se desafiam dessa forma é repleta de satisfação, euforia e a maravilhosa recompensa do crescimento pessoal” - Daisaku Ikeda