A importância das relações governamentais - Revista Anamaco

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A importância das relações governamentais

Texto: Redação Revista Anamaco

A vídeo conferência realizada ontem pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), dentro da série Talks, teve como tema “Lobby ou Advocacy?”, destacando a importância do papel das relações governamentais no desenvolvimento do setor.
Para discutir algumas vertentes sobre o assunto, participaram a diretora-Executiva da Gozetto & Associados, Andrea Gozetto; o vice-presidente da Anamaco, Rudi Soares; e a diretora executiva da Associação dos Comerciantes de Material de Construção (Acomac) da Grande Curitiba, Patrícia Bernardi. A mediação foi do superintendente da Anamaco, Waldir Abreu.
Sendo o setor de material de construção integrante da cadeia da construção, o chamado construbusiness, um dos aspectos levantados foi a relevância das entidades setoriais na defesa dos interesses e no desenvolvimento do setor que representa e a necessidade de haver pessoas preparadas para a atuação nas esferas governamentais.
Patrícia iniciou sua participação contando como o Acomac Grande Curitiba reagiu à pandemia e o quanto o período permitiu ampliar o aprendizado sobre as ferramentas digitais. O calendário de treinamentos presenciais foi realizado de forma on-line e uma rodada de negócios ocorreu também de forma virtual, medidas que levaram ao aumento do número de associados à entidade. “Foi um desafio muito bom, tivemos de aprender e fico contente porque estamos contribuindo para o desenvolvimento do setor”, disse.
Na sequência, Soares acrescentou que o segmento tem de se reinventar e transformar esse cenário de forma positiva. “Fazemos advocacy quando defendemos os interesses do segmento de forma altruísta. Fazemos lobby todos os dias, mas não aquele maléfico, feito por uma geração de políticos mais antiga e que vai mudar”, afirmou.

              
                PATRÍCIA BERNARDI                                                       RUDI SOARES                                                 ANDREA GOZETTO
Andrea, por sua vez, buscou explicar a diferença entre cada termo. Segundo a professora e advogada, as relações governamentais não chegaram ao máximo da potencialidade no Brasil e as entidades setoriais têm um papel crucial na defesa dos setores, mas estão descoordenadas . Não entender o que é lobby e advocacy é um empecilho, na sua avaliação, ao desenvolvimento dessas relações.
Essas relações ocorrem a partir dos pontos de interesse comuns dos empresários de um setor, representados pelas entidades setoriais. “A associação é o lugar onde que empresário tem voz e vez. Eles têm interesses comuns, mas também são concorrentes, o que torna o ambiente complexo. O papel do líder é construir uma voz uníssona e encontrar sinergias a serem levadas a quem toma decisão”, explicou.
De acordo com Andrea, relações governamentais referem-se ao relacionamento com o governo, a abertura do diálogo com as esferas que tomam decisão. Trata-se da construção de um canal de comunicação de mão dupla e exige informação e diálogo constante. “A entidade deixar em segundo plano as relações governamentais é deixar em segundo plano sua função primárias”, considerou.                                                                        
Lobby, que sempre foi relacionado no Brasil à corrupção e tráfico de influência, é um termo que vem caindo em desuso no País, mas que se refere à defesa de interesses, focado em quem tem impacto no setor e em quem tem poder de decisão. Pressupõe o contato direto com o tomador de decisão, muitas vezes de forma não pública. O lobby tem representação autorizada e defende interesses particulares.
Segundo Andrea, as associações têm de estar atentas ao que se passa nas esferas públicas e precisam de gestão estratégica para construir boas relações com o governo. “O empresariado precisa ter agenda e precisa de capacitação para isso, pois precisa ter uma visão sistêmica do setor e do governo”, comentou. A advogada disse ainda que as entidades precisam ter clareza sobre o que é prioritário para o setor a curto, médio e longo prazo.

Lobby, que sempre foi relacionado no Brasil à corrupção e tráfico de influência, é um termo que vem caindo em desuso no País, mas que se refere à defesa de interesses, focado em quem tem impacto no setor e em quem tem poder de decisão

Advocacy, por sua vez, segundo ela, tem um apelo mais comunicacional, estabelecendo diálogo com o público algo, a partir de uma narrativa. “Em geral, é uma ação politica organizada, realizada por organizações sociais, nem sempre eleitas para isso, mas que defendem uma causa. Não se consegue mensurar sua influência, mas o pulo do gato é serem levadas em consideração”, observou. Diferente do lobby, a advocacy tem uma representação não autorizada, por isso precisa engajar a opinião pública e precisa de uma comunicação bem feita.
Ao finalizar o encontro, Soares destacou a importância da transparência nessas atividades e disse acreditar que a Anamaco está no caminho certo para expandir o autoconhecimento e defender ainda mais os interesses do setor.
emprePara Patrícia, é importante o setor estar alinhado ao governo para lutar por seus interesses. “Conseguimos crescer na pandemia porque tínhamos um canal aberto. Se nos fortalecermos como Acomac, podemos avançar ainda mais”, finalizou. “Precisamos de um ambiente de negócios mais favorável no País para que todos cresçam”, concluiu Andrea.

Fotos: Reprodução da Internet

 

 

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