Atividade recua, falta de confiança sobe e expectativas da construção pioram
Texto: Redação Revista Anamaco
Em maio, o índice de evolução do nível de atividade da indústria da construção registrou 47 pontos, indicando recuo no desempenho do setor em relação a abril. É o que revela a Sondagem da Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “Nos últimos meses, a indústria da construção vem desacelerando, principalmente por conta da taxa de juros elevada. Muitas vezes, os consumidores desse setor precisam financiar suas compras. Com o crédito mais caro, a demanda cai, influenciando a atividade do setor”, avalia Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da entidade.
De acordo com o estudo, o índice de evolução do número de empregados do setor fechou o mês em 48,5 pontos, após avançar frente a abril. Já a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) chegou ao sétimo mês consecutivo em 67%. Esse patamar é inferior ao observado em maio de 2024, quando foi de 69%, e idêntico ao de 2023.
Após recuar um ponto em relação a maio, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da construção chegou a 47,5 pontos em junho. É o sexto mês consecutivo de falta de confiança no setor, que se agravou pela pior avaliação dos industriais sobre o presente e o futuro.
A pesquisa revela que o Índice de Condições Atuais encolheu 0,4 ponto, para 43,6 pontos. O movimento se deve à percepção ainda mais negativa dos empresários sobre o momento da economia em relação ao último semestre, uma vez que a satisfação com a situação das empresas melhorou.
Em junho, o Índice de Expectativas também caiu: 1,2 ponto, levando o indicador do otimismo para o pessimismo. Agora em 49,5 pontos, o índice reflete a piora das expectativas dos industriais para a economia e os próprios negócios nos próximos seis meses.
Segundo o levantamento, o índice de expectativa de número de empregados recuou 1,8 ponto, para 51 pontos; de compra de insumos e matérias-primas encolheu 1,5 ponto, para 51,1 pontos; de nível de atividade e de novos empreendimentos e serviços cedeu 1,5 ponto, para 51,3 pontos; e de nível de atividade caiu 0,7 ponto, para 53,1 pontos. Os indicadores se aproximaram da linha divisória de 50 pontos, o que sugere que as perspectivas de crescimento para os próximos seis meses estão mais moderadas.
O Índice de Intenção de Investimento caiu 0,7 ponto. Agora em 42,8 pontos, o indicador está 4,8 pontos percentuais acima da média histórica, de 38 pontos.
Para esta edição da Sondagem, a CNI consultou 297 empresas: 108 de pequeno porte; 128 médias e 61 grandes.
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