Brasileiros pagaram R$ 2,5 trilhões este ano
Texto: Redação Revista Anamaco
O Impostômetro, painel instalado da sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), localizado no centro histórico da capital paulista, registrou, hoje (20 de agosto), às 10h00, que os contribuintes brasileiros já pagaram R$ 2,5 trilhões em impostos em 2025. Esse valor representa o total de impostos, taxas e contribuições pagos pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estadual e municipal desde o início do ano, incluindo multas, juros e correção monetária. Em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o Impostômetro registrou R$ 2,287 trilhões, houve um crescimento de, aproximadamente, 9,31%.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, explica que esse aumento foi registrado 23 dias mais cedo do que no ano passado devido a uma combinação de fatores que impulsionaram a arrecadação tributária. Entre eles, destaca-se o aquecimento da atividade econômica. “A inflação também desempenhou um papel relevante, uma vez que o sistema tributário brasileiro é, majoritariamente, baseado em impostos sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços dos bens e serviços”, explica Gamboa.
O economista também aponta outros fatores que justificam o crescimento da arrecadação: a tributação de fundos exclusivos e offshores; mudanças na tributação de incentivos (subvenções) concedidos por Estados; retomada da tributação sobre combustíveis; a tributação das apostas (Bets); impostos sobre encomendas internacionais (como a taxa sobre as “blusinhas”); a reoneração gradual da folha de pagamentos; o fim de benefícios fiscais para o setor de eventos (PERSE); o aumento das alíquotas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); e o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Já a plataforma Ga$to Brasil, que compartilha o painel com o Impostômetro e tem como objetivo mostrar, de forma clara e acessível, como o governo utiliza o dinheiro público, aponta que foram gastos mais de R$ 3,3 trilhões.
Enquanto a arrecadação tributária soma cerca de R$ 2,5 trilhões, os gastos não financeiros (primários) do setor público, em todas as esferas de governo, ultrapassam R$ 3,3 trilhões no mesmo período, segundo dados da plataforma. “Esse desequilíbrio entre arrecadação e despesas primárias é preocupante, porque mostra que o Brasil está operando no vermelho mesmo antes de pagar os juros da dívida. Isso compromete a sustentabilidade fiscal e pressiona a necessidade de ajustes estruturais nas contas públicas”, finaliza o economista.
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