Ciplan investe em tecnologia e transforma produção de areia industrial no DF
Texto: Redação Revista Anamaco
A Ciplan dá mais um passo estratégico ao investir em uma planta de produção de areia industrial com tecnologia fornecida pela Metso. A nova planta foi integrada ao seu complexo de agregados no Distrito Federal, onde já operava com mistura de areias industriais - matéria-prima para a composição de concretos e argamassas para o mercado da construção civil.
Frederico Reis, gerente Geral de Operações da empresa, diz que o desafio era ampliar a capacidade produtiva de areia para atender à crescente demanda do setor de argamassas, com a missão paralela de reduzir o consumo de energia e elevar a eficiência do processo industrial. “Isso exigia não apenas um aumento na diversidade do mix de areia, mas também uma redução nas perdas de material pulverulento - um ajuste técnico que, se bem-sucedido, traria ganhos operacionais expressivos”, pontua Reis.
Com esse objetivo, a Ciplan apostou na tecnologia HPGR (High Pressure Grinding Rolls) do britador HRC da Metso. Inicialmente projetada para atingir capacidade máxima em cinco anos, a planta superou as expectativas logo nos primeiros meses de operação, alcançando uma ociosidade inferior a 20%. “Com o novo sistema, a produção de areia subiu cerca de 60 toneladas por hora, desbloqueando o gargalo que antes limitava o crescimento da produção de argamassas”, revela o gerente.
Os ganhos não pararam aí. O principal destaque foi a expressiva redução no consumo energético: enquanto um britador VSI convencional demanda cerca de 900 HP para entregar 60 toneladas por hora, o HRC da Metso realiza praticamente a mesma produção com apenas 300 HP. “O resultado é um custo de energia por tonelada consideravelmente menor e mais sustentabilidade ao processo”, comemora o executivo.
Reis comenta que a eficiência energética do HRC foi o principal motivador para a empresa escolher o equipamento, que surgiu como uma solução para a Cipla ampliar a capacidade de produção de areia, sem aumentar o consumo de energia.
Segundo ele, atualmente, há um consumo de 11 kWh por tonelada com os VSIs, enquanto o HRC consome 3,8 kWh por tonelada, sendo esse o principal ganho da planta.
Além disso, o material superfino (filler) gerado como subproduto da produção de areia passou a ser reutilizado na própria fabricação de cimento, servindo como aditivo e melhorando o desempenho dos moinhos, um ganho indireto que otimizou o consumo de energia na planta. “O HRC gera, em média, apenas 8% de material pulverulento, contra os 20% registrados por sistemas anteriores, como britadores VSI ou moinhos de martelo”, explica.
O gerente destaca, ainda, que outro benefício foi a drástica redução nos custos e no tempo de manutenção. Enquanto britadores VSI exigem trocas de martelos a cada 10 dias, o HRC, que opera sem essas peças, requer apenas manutenções preventivas nos rolos, com substituições de revestimento, que chegam a durar até um ano. Evair Nunes, coordenador da planta de produção de agregados da Ciplan, acrescenta que a instalação do HRC além da eficiência energética, permitiu a substituição de três moinhos de martelo, VSIs, que tinham alta demanda de manutenção. “Esses moinhos de martelo tinham altos índices de desgaste dos fundidos e um consumo de energia muito elevado”, frisa, acrescentando que o HRC é uma máquina que requer pouca intervenção para manutenção, uma vez calibrado e ajustado o gap entre os rolos, essas intervenções são menores quando comparadas a equipamentos similares.
Segundo ele, do ponto de vista visual, a areia produzida pelo HRC também apresenta melhor acabamento na fração mais grossa, um diferencial técnico que demonstra a superioridade da tecnologia empregada.
Alfredo Reggio, líder de vendas da Metso, comenta que o estudo colaborativo entre as duas empresas para o desenvolvimento de uma areia mais fina permitiu um material final de melhor qualidade para atender ao mercado de concreto e argamassa. “A instalação da planta também se destacou pelo layout inteligente e otimizado. Graças ao uso das peneiras de alta frequência da Metso e ao formato vertical, a estrutura se encaixou, perfeitamente, no espaço físico já existente da fábrica, ocupando área muito menor do que os antigos sistemas horizontais e oferecendo ainda uma operação mais compacta e eficiente”, finaliza.
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