Condições financeiras da indústria pioram no segundo trimestre, revela CNI
Texto: Redação Revista Anamaco
A Sondagem Industrial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que as condições financeiras da indústria pioraram de abril a junho. De acordo com o estudo, o índice de satisfação dos empresários com as finanças dos negócios caiu 0,4 ponto, de 48,8 pontos para 48,4 pontos. Mais distante da linha de 50 pontos, o indicador aponta maior insatisfação dos industriais em relação ao primeiro trimestre. “A piora das condições financeiras das empresas reflete a desaceleração da economia e os juros altos. Essa combinação prejudica o faturamento e aumenta alguns custos para a indústria, o que faz com que os empresários sintam um aperto financeiro cada vez maior”, avalia Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
O levantamento indica, ainda, que o índice de satisfação com o lucro operacional também recuou: um ponto, passando de 43,8 para 42,8 ponto, indicando aprofundamento da insatisfação dos empresários. Situação semelhante se observa no índice de facilidade de acesso ao crédito, que retraiu 0,5 ponto, para 39,9 pontos. O resultado sugere maior dificuldade de a indústria obter financiamento.
O índice de evolução do preço médio das matérias-primas registrou queda de 5,4 pontos, para 57 pontos. Por continuar acima da linha divisória de 50 pontos, o indicador revela alta, embora menor, nos preços dos insumos e matérias-primas em relação ao primeiro trimestre.
Na avaliação dos entrevistados, os três principais problemas enfrentados pela indústria foram a alta carga tributária, apontado por 36,7% dos empresários; as taxas de juros elevadas, assinalado por 29,5%; e a demanda interna insuficiente, lembrado por 28,3%.
No primeiro trimestre, a demanda interna insuficiente estava à frente das taxas de juros elevadas como segundo principal problema. Agora, as colocações se inverteram.
A taxa de câmbio perdeu importância entre os principais problemas, saindo da 6ª para a 12ª posição na lista. O fator foi selecionado por 9,4% dos entrevistados, queda de sete pontos percentuais em relação ao trimestre passado.
Para esta edição da Sondagem Industrial, a CNI consultou 1.486 empresas: 607 de pequeno porte, 529 médias e 350 grandes.
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