Confiança do consumidor paulista recua
Texto: Redação Revista Anamaco
O Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP), elaborado pela PiniOn para o Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), registrou 96 pontos em setembro, o que representa uma queda de 1,0% em relação a agosto e 4,9% na comparação anual. Trata-se do quinto recuo mensal do ano, mantendo o índice abaixo da marca de 100 pontos, no campo pessimista.
O estudo indica que, no recorte por classes socioeconômicas, os resultados foram heterogêneos: a confiança aumentou entre famílias da classe DE, caiu na classe C e manteve-se estável na classe AB. Por gênero, houve queda tanto entre homens quanto mulheres. Apesar disso, a percepção sobre a situação financeira atual melhorou, com maior sensação de segurança no emprego. No entanto, houve leve deterioração nas expectativas de renda e emprego.
Essa melhora na avaliação da situação presente incentivou os consumidores a aumentar a propensão de compra de bens de maior valor, como automóveis e imóveis, além de itens duráveis como geladeira e fogão, e também estimulou a disposição para investimentos futuros.
Já o Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP) alcançou 87 pontos em setembro, recuando 2,2% em relação a agosto e ao mesmo mês de 2024. Foi a terceira queda anual, reforçando o quadro pessimista.
De acordo com a pesquisa, os resultados por classe social mostraram aumento da confiança entre classes C e DE, enquanto caiu entre a AB. Entre os gêneros, a confiança piorou, levemente, para mulheres e melhorou para homens.
O levantamento indica, ainda, que houve melhora na percepção da situação atual e maior segurança no emprego, enquanto as expectativas de renda e emprego apresentaram leve piora. Essa melhora da percepção sobre a situação atual levou os consumidores a manifestarem maior interesse em comprar bens duráveis e de maior valor, além de investir no futuro.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto Gastão Vidigal da ACSP, explica que a deterioração da confiança pode estar relacionada ao alto nível de endividamento das famílias e aos efeitos das taxas de juros elevadas sobre a economia. “A resiliência do mercado de trabalho, que continua gerando emprego e renda, contribui para a melhora da percepção sobre a situação atual. A expectativa é que, caso a desaceleração econômica continue devido à taxa Selic elevada, a confiança dos consumidores possa apresentar novos recuos nos próximos meses”, finaliza.
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