Confiança empresarial acomoda
Texto: Redação Revista Anamaco
O Índice de Confiança Empresarial (ICE), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), avançou 0,5 ponto em setembro, para 89,9 pontos. Na métrica de médias móveis trimestrais, manteve-se a tendência de queda, com um recuo de 0,8 ponto, inferior à retração de 1,5 ponto do mês anterior.
No mês, o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 1,1 ponto, para 93,8 pontos. Com isso, o índice recupera parte da queda acumulada desde junho, embora ainda se mantenha distante do patamar observado no segundo semestre de 2024, quando operou próximo ao nível neutro dos 100 pontos.
Entre seus componentes, o indicador que mede a satisfação com a situação atual dos negócios avançou 1,2 ponto, para 93,1 pontos, e o indicador que mede o nível de demanda no momento presente avançou 1,1 ponto, para 94,6 pontos.
Por outro lado, o Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) registrou a quarta queda consecutiva, de 0,3 ponto, atingindo 85,9 pontos. A pesquisa revela que, apesar da desaceleração do ritmo de piora das expectativas, o índice se situa em seu menor nível desde junho de 2020, durante a pandemia de Covid-19, quando atingiu 80,1 pontos. Entre seus componentes, o indicador que mede o otimismo com a demanda nos três meses seguintes recuou 1,6 ponto, para 82,3 pontos, e acumula 8,6 pontos de queda nos últimos quatro meses. No sentido contrário, o indicador que capta as expectativas em relação à evolução dos negócios seis meses à frente cresceu 1,1 ponto, passando a 89,9 pontos.
Aloisio Campelo Júnior, pesquisador do FGV Ibre, salienta que a alta da confiança em setembro é um sinal positivo, embora insuficiente para indicar o fim da tendência de queda iniciada em junho. “O avanço do componente de situação atual sugere uma reavaliação do nível de atividade e da percepção de incerteza econômica registrada nos meses anteriores. Em contrapartida, os indicadores de expectativas permanecem em trajetória declinante, refletindo pessimismo para os próximos três meses, com alguma melhora no horizonte de seis meses”, finaliza.
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