Construção ultrapassa a marca de três milhões de trabalhadores formais em maio
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a construção civil brasileira atingiu, em maio, a marca de 3.006.760 trabalhadores com carteira assinada, o que representa crescimento de 0,56% em relação a abril e consolida uma tendência positiva no mercado de trabalho da construção nos últimos meses. Esse número está próximo do recorde histórico alcançado em outubro de 2013, quando havia 3.073.915 profissionais com carteira assinada no setor.
No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em maio, a construção civil apresentou crescimento de 3,40% no número de trabalhadores formais, com a criação de 98.734 novas vagas no período. Em junho de 2024, o setor possuía 2.908.026 trabalhadores com carteira de trabalho assinada.
Apesar dos bons indicadores no cenário anual, o resultado de maio apresentou desaceleração na geração de postos de trabalho, com 16.678 novas vagas - o menor número do ano até o momento. O volume representa uma queda de 47,24% em relação a abril, quando foram geradas 31.612 novas vagas.
De janeiro a maio, o setor criou 149.233 empregos com carteira assinada, uma redução de 6,70% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram abertos 159.957 postos de trabalho.
Na análise de Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os dados mostram a força estrutural do setor, mas também acendem um alerta. “O setor construção tem cumprido seu papel como um dos principais geradores de emprego no País, com crescimento sólido no número de trabalhadores formais. No entanto, a desaceleração registrada em maio exige atenção, pois pode refletir os desafios impostos pelo atual ambiente econômico, especialmente o impacto dos juros altos sobre os investimentos em obras e habitação”, avalia Correia.
Ieda Vasconcelos, economista-chefe da CBIC, acrescenta que é preciso acompanhar os próximos resultados para verificar se essa desaceleração pode ser pontual ou uma tendência. “Mesmo com a redução no ritmo de contratações em maio, o setor continua com saldo positivo na geração de novos empregos em 2025 e mostra resiliência. Entretanto, os juros altos, que constituem hoje o maior problema enfrentado pelos empresários do setor, podem limitar o maior avanço do mercado de trabalho da construção e o seu melhor desempenho”, explica.
Em maio, o Brasil gerou 148.992 novos empregos formais e todos os segmentos econômicos ficaram em terreno positivo. Serviços gerou 70.139 novos postos de trabalho, o comércio abriu 23.258 vagas; a indústria, 21.569 e a agropecuária, 17.348.
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