Consumidor pessimista
Texto: Redação Revista Anamaco
O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pela PiniOn, alcançou, em abril, 95 pontos, recuando 2,1%, em relação a março, e 3,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Trata-se da quarta queda mensal consecutiva do INC, com aprofundamento no campo pessimista (abaixo de 100 pontos). A sondagem foi realizada com uma amostra de 1.679 famílias, em nível nacional, residentes em capitais e cidades do interior.
O estudo revela que houve queda da confiança para a quase totalidade das regiões do País, com exceção do Norte, onde a confiança se elevou levemente. No caso das classes socioeconômicas, ocorreu recuo para as classes AB e DE e aumento discreto para a C.
Além disso, continuou havendo deterioração da percepção das famílias, sobretudo em relação às expectativas de renda e emprego, e, em menor medida, em termos da situação financeira atual, com a segurança no emprego apresentando leve aumento.
Essa piora generalizada da confiança resultou em diminuição da disposição a comprar itens de maior valor, como carro e casa, além de bens duráveis, como geladeira e fogão. A propensão a investir para o futuro também apresentou redução.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, frisa que os sinais de desaquecimento da atividade econômica, que começam a se refletir no aumento do desemprego, além da aceleração da inflação, com destaque para os aumentos de preços de produtos básicos, como alimentos e bebidas, num contexto de elevado grau de endividamento das famílias e juros altos, continuam a afetar, negativamente, a confiança do consumidor.
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