Desafios do saneamento - Revista Anamaco

Pesquisa

Desafios do saneamento

Texto: Redação Revista Anamaco

Uma pesquisa feita pela IFAT Brasil com a Pezco Economics e a Resolux Company revela os desafios de São Paulo no saneamento básico: 9,5% da população do Estado não têm acesso à rede de esgoto, enquanto 4,8% não são contemplados com rede de água.  
O levantamento aponta, ainda, outras deficiências, como a perda de água nas redes, que chega a 34,1%. Além disso, apenas 71,4% do esgoto gerado é tratado. Do total de esgoto coletado, o percentual é maior: 88,2%. 
O estudo também apresenta dados como cobertura de pavimentação e meio-fio nas áreas urbanas (80,9%), cobertura de vias públicas com redes ou canais pluviais subterrâneos nas áreas urbanas (28,7%) e cobertura dos serviços de coleta de resíduos domiciliares (97,5%). A base das informações são projetos de PPP’s, bancos modeladores, planos de expansão de concessionárias e operadores de serviço.
A pesquisa faz o raio-X de Estados, grandes regiões e País. No Brasil, até 2040, a previsão é de que R$ 387 bilhões sejam investidos em água e esgoto. O valor revela um ambiente mais favorável para investimentos no setor em comparação a cenários passados, porém, ainda aponta um déficit em relação às estimativas necessárias para a universalização até 2033.
Desse valor, 42% serão destinados aos planos de expansão e investimento das operadoras e 35% estão contratados em concessões e PPP’s, com desembolso previsto até 2040. Outros 21% estão em etapa de estudo e modelagem na linha de projetos das agências financeiras e bancos modeladores. E 2% estão em consulta pública e edital para início dos estudos, mas já com investimento divulgado até 2040. “Desde a sanção do marco regulatório, em 2020, o Brasil recebeu o triplo do total investido nas três décadas anteriores. As debêntures e o mercado de capitais são ferramentas oriundas de uma maior segurança jurídica. O aumento dos investimentos nos novos moldes também cria um âmbito de crescimento tecnológico, especialmente de acréscimo de tecnologias embarcadas em equipamentos mecanizados para cumprir com os indicadores exigidos de incremento na eficiência dos serviços de saneamento”, explica Renan Andreguetto, gerente da IFAT Brasil.
Segundo ele, o montante dos investimentos não será distribuído de forma homogênea entre as cinco regiões brasileiras no quesito água e esgoto. O Sudeste e o Nordeste concentram mais de 71% dos investimentos, com respectivamente, 41% e 37%. Já para a Região Sul, cerca de 12% dos investimentos totais estão concentrados. As regiões com menor concentração de investimentos são Centro-Oeste e Norte, com respectivamente, 6% e 4%. 
Para Andreguetto, a distribuição da densidade populacional e governança regulatória de cada região são os principais fatores que determinam a diferença de distribuição dos investimentos e projetos previstos. Segundo o levantamento, o Norte é a região com menos projetos previstos, com uma fatia de apenas 4%. Apesar de possuir mais residentes que o Centro-Oeste (17,3 milhões contra 16,3 milhões), ela possui uma taxa de crescimento populacional menor até o horizonte previsto dos projetos (0,75% contra 1,23%).

Foto: Adobe Stock

 

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