Pesquisa

Em agosto, havia 71,78 milhões de consumidores brasileiros negativados

Texto: Redação Revista Anamaco

O número de consumidores brasileiros com contas em atraso registrou um aumento de 9,20% em agosto na comparação com o mesmo período de 2024. O Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, apurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revelou que a variação mensal teve alta de 0,71% em relação a julho deste ano. O levantamento estima que o Brasil tinha, em agosto, 71,78 milhões de consumidores negativados, o que representa 43,13% da população adulta do País.
O estudo revela que a alta anual de devedores foi impulsionada, principalmente, por dívidas com tempo de atraso de três a quatro anos, que tiveram um crescimento de 39,69%. Além disso, a participação no total de inadimplentes é maior para as dívidas de um a três anos, que correspondem a 36,19% do total. O tempo médio de atraso é de 28,4 meses (2,4 anos).
José César da Costa, presidente da CNDL, observa que os dados de agosto mostram um cenário desafiador. “O aumento da inadimplência e o fato de quase metade da população adulta estar negativada são sinais de que as famílias brasileiras continuam com dificuldades para reequilibrar suas finanças. A alta expressiva em dívidas de três a quatro anos sugere um problema estrutural de longo prazo, onde o consumidor se vê preso em um ciclo de endividamento do qual é difícil sair. É urgente que as políticas públicas e o setor privado foquem em educação financeira e em soluções de renegociação que ofereçam um alívio real para essas famílias, permitindo que retomem o consumo de forma saudável e contribuam para o crescimento econômico do País”, destaca Costa.
Nesse cenário, a Região Centro-Oeste apresentou o maior aumento anual de devedores, com 9,10%, seguida por Sudeste (8,63%), Norte (8,08%), Nordeste (7,64%) e Sul (5,37%). Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro-Oeste (17,04%), seguida pelo Sudeste (15,94%), Norte (15,68%), Nordeste (13,68%) e Sul (12,11%).
No total, o Sudeste concentra a maior quantidade de devedores, com 30,93 milhões de pessoas. Já a Região com a maior proporção de inadimplentes em relação à população adulta é o Centro-Oeste, onde 46,58% estão negativados.
A pesquisa também destaca que a maior concentração de inadimplentes está na faixa etária de 30 a 39 anos, com 17,67 milhões de pessoas, o que equivale a 52,07% da população nessa faixa. A idade média do devedor é de 44,9 anos. A distribuição por gênero permanece equilibrada, com 51,12% de mulheres e 48,88% de homens inadimplentes.
Outro dado apurado pelo levantamento mostra que, em agosto, o número de dívidas em atraso no Brasil cresceu 15,86% em relação ao ano anterior e na passagem de julho para agosto, apresentou alta de 1,42%. O valor médio da dívida por consumidor negativado era de R$ 4.758,04. Quase três em cada dez consumidores (30,39%) tinham dívidas de até R$ 500,00.
O setor bancário continua a ser o principal detentor de dívidas em atraso, respondendo por 66,52% do total. Em seguida, aparecem Água e Luz (10,15%), Comércio (9,34%) e Outros (8,25%).
Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil, alerta que a concentração de devedores na faixa de 30 a 39 anos, é um ponto de atenção. “Essa parcela da população tem grande importância para o mercado de consumo e sua dificuldade em quitar as dívidas impacta, diretamente, a economia. A alta do número de dívidas em atraso no setor de bancos, que cresceu 19,14%, reforça a necessidade de um olhar cuidadoso sobre o crédito. Precisamos garantir que a oferta de crédito seja responsável e que o acesso à informação ajude o consumidor a tomar decisões mais conscientes, prevenindo o superendividamento", finaliza Pellizzaro Júnior.

Foto: Adobe Stock

Em agosto, havia 71,78 milhões de consumidores brasileiros negativados
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