Economia

Endividamento do paulistano sobe

As despesas típicas de início do ano, principalmente com o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), o acesso ao crédito e a possibilidade de parcelar as contas com o cartão de crédito elevaram, pela segunda vez consecutiva, o endividamento das famílias em 2009.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Fecomercio, aponta que o número de famílias em São Paulo com algum tipo de dívida registrou alta em abril, passando de 50% em março para 55% neste mês. Na comparação com igual mês do ano passado, quando o indicador atingiu 49%, houve crescimento de seis pontos porcentuais no nível de endividamento.
De acordo com a pesquisa, entre os consumidores com renda de quatro a dez salários mínimos, 60% estão com dívidas. Em seguida, aparecem os que recebem até três salários mínimos com 58% e as famílias com rendimento de mais de dez salários mínimos, o porcentual de endividamento alcança 39%. "Os consumidores com rendimento de até dez salários foram os mais beneficiados com a melhoria de renda e emprego em 2008 e com as oportunidades para o acesso ao crédito e por isso passaram a adquirir maior quantidade de bens duráveis ao longo do ano. Por isso, explica-se o aumento do endividamento desta faixa de renda", afirma Kelly Carvalho, economista da Fecomercio.
Como reflexo da crise financeira internacional, a parcela de famílias paulistanas com contas em atraso apresentou alta neste mês, passando de 19% em março para 22%. Em relação à abril do ano passado (17%), o indicador registrou alta de 5%.
O aumento da taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), passou de 9,4% em janeiro para 10% em fevereiro e a queda no rendimento médio real (-1,6%) podem ter sido as principais variáveis que contribuíram para o resultado deste mês.
O potencial de inadimplentes, ou seja, a quantidade de famílias que acreditam não ter condições de pagar total ou parcialmente as suas dívidas nos próximos meses, manteve-se praticamente estável em relação ao mês anterior, passando de 5% em março para 6% em abril. No mês, o cartão de crédito mantém-se como o principal tipo de dívida das famílias paulistanas, atingindo 60% dos consumidores.
Segundo Kelly, esse porcentual registrou alta significativa em relação ao mês anterior, quando 40% dos consumidores informaram possuir esse tipo de dívida. Em seguida, estão: carnês (39%), crédito pessoal (11%), financiamento de carro (9%), cheque especial (7%), cheque pré-datado (6%), financiamento de casa (3%) e crédito consignado (3%).
Kelly afirma que a maior parte dos consumidores com dívida (33%) fica com sua renda comprometida em até três meses. O restante de três a seis meses (23%), de seis meses a um ano (12%) e acima de um ano (32%). "Neste mês, 89% dos consumidores entrevistados informaram que não planejam contratar qualquer tipo de financiamento nos próximos meses, o que demonstra cautela para a aquisição de novas dívidas, seja para compras ou até mesmo para pagar outras dívidas", aponta Kelly.
A PEIC é apurada, mensalmente, pela Fecomercio desde fevereiro de 2004 e a amostra engloba cerca de 2.200 consumidores no município de São Paulo.

Endividamento do paulistano sobe
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