Endividamento estável no Pais - Revista Anamaco

Endividamento e inadimplência

Endividamento estável no Pais

Texto: Redação Revista Anamaco

A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) manteve-se estável entre dezembro e janeiro, representando 78% dos lares do País. Desse total, 16,9% consideravam-se muito endividados, a menor proporção para o indicador desde janeiro de 2022.
Em relação a janeiro do ano passado, embora a proporção de famílias com dívidas tenha avançado 1,9 ponto percentual, a taxa está em desaceleração contínua desde meados de 2022. Na análise da entidade, a evolução positiva do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a inflação mais moderada nos últimos meses são fatoreis que explicam o freio no endividamento.
O estudo revela que o esforço para não atrasar as dívidas no contexto de juros altos fez a proporção de famílias com dívidas atrasadas (29,9%) cair em janeiro pela primeira vez após seis altas seguidas. Mas quem tem dívidas mais antigas, no entanto, aparenta mais dificuldade de sair da inadimplência: 11,6% dos consumidores chegaram a janeiro sem condição de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores. A parcela de consumidores que atrasaram dívidas por mais de 90 dias chegou a 44,5 % dos inadimplentes, a maior proporção desde abril de 2020. O brasileiro utilizou 30,1% da renda de janeiro para pagar apenas as dívidas, proporção menor do que a de dezembro (30,3%) e a mesma de janeiro do ano passado.
Desde janeiro, a Peic conta com três novas desagregações de renda no monitoramento do endividamento e da inadimplência. O objetivo principal dos novos recortes é oferecer informações detalhadas sobre a percepção dos consumidores quanto ao uso do crédito e à capacidade de pagamento.
Os números de janeiro mostram que as famílias com até três salários mínimos de rendimentos começaram o ano proporcionalmente mais endividadas (79,2%). Em comparação com janeiro de 2022, a parcela de famílias com dívidas cresceu mais nos dois extremos sociais considerados na Peic: entre as famílias com até 3 SM (+2,7 p.p.) e no grupo com mais de 10 SM (+3,2 p.p.).
Na inadimplência, as famílias com 0-3 SM também foram as que mais atrasaram dívidas em janeiro (38,7% do total, ou quatro em cada 10). Esse número é bem menor nas faixas de renda seguintes, abaixo da média nacional. Uma boa notícia é que a proporção de consumidores mais pobres com dívidas atrasadas caiu 0,3 p.p. entre dezembro e janeiro.
Por outro lado, o percentual de consumidores reportando que não terão condições de pagar dívidas já atrasadas de meses anteriores aumentou em janeiro, em todos os grupos de renda, sendo também mais expressivo entre os consumidores com até 3 SM (17,4% do total).

Foto: Adobe Stock

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