Fim de ano incentiva o comércio
Texto: Redação Revista Anamaco
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), avançou 0,5% em novembro em relação a outubro, após três meses de queda, descontados os efeitos sazonais. O índice apresentou alta na maioria dos itens da pesquisa nessa comparação, interrompendo as quedas intensas apresentadas nos três meses anteriores, com Perspectiva Profissional - ICF sendo a exceção, com redução de 1,1%. O maior incremento mensal foi registador no Momento para Compra de Duráveis (3,1%).
Em relação à comparação anual, desde outubro do ano passado, há redução da intenção, permanecendo a tendência em novembro com queda de 0,8%. Mesmo com essas reduções, o indicador se mantém acima do nível de otimismo (102,4 pontos, sem ajuste sazonal, e 101,6 pontos, com ajuste, o maior desde agosto).
A pesquisa indica que a maioria dos componentes revelou movimento de baixa na comparação a novembro de 2024, com Acesso ao Crédito - ICF (+3,5%) sendo o maior destaque e o Momento para Compra de Duráveis - ICF (+0,3%) revertendo a tendência negativa dos últimos 13 meses.
Este foi o terceiro mês com incremento no percentual de famílias que consideraram o acesso ao crédito mais fácil, alcançando 34,4%, o maior resultado desde maio de 2015. Por outro lado, o percentual daquelas que perceberam maior dificuldade nas compras a prazo vem se reduzindo há três meses, atingindo a menor taxa desde maio de 2024, 36,8%.
Já o Emprego Atual - ICF aumentou 0,3% no mês, revertendo o recuo registrado em outubro e seguindo a tendêndia, desde abril, de queda do resultado na análise anual (- 0,8% em novembro). A Perspectiva Profissional - ICF, por sua vez, continuou recuando pelo quarto mês na comparação mensal em novembro (-1,1%), enquanto recuou 2,8% diante do ano passado, mostrando maior desconfiança dos consumidores se o emprego temporário estará tão aquecido quanto foi em 2024.
Com a expectativa menos favorável para o mercado de trabalho, a Perspectiva do Consumo - ICF continuou com queda anual (-1,5%). Porém, obteve o primeiro crescimento (+0,5%) após três retrações consecutivas.
Na análise da entidade, os dados de novembro mostram o otimismo dos consumidores com o fim de ano e reafirmam a importância desse período para o comércio. Além disso, a necessidade do crédito para manter o consumo continua aquecendo o comércio imediato, estando em patamares maiores do que no ano passado.
O estudo revela que a intenção de consumir em novembro teve variações distintas entre as faixas de renda analisadas. As famílias com renda acima de 1O salários mínimos mantiveram a tendência de queda tanto no mês (-0,3%) quanto no ano (-3,8%), enquanto para as famílias com renda até 1O salários mínimos houve aumento de 0,8% na intenção de consumir, o primeiro avanço após três meses de queda. Também houve crescimento na comparação com 2024 (+0,2%), sendo que o indicador sem ajuste sazonal já superou o nível de otimismo (100,2 pontos), no entanto os dados ajustados ainda não (99,4 pontos).
A pesquisa aponta que o Acesso ao Crédito - ICF foi um dos itens que colaboraram para essa diferença entre os grupos, com alta anual de 6,3% dentre as famílias de menor renda e queda de 4,6% das com maior renda, confirmando que as instituições financeiras estão dando maior atenção para esse grupo de até dez salários no momento de fornecer crédito para compras a prazo, assim como nos meses anteriores.
Em relação ao mercado de trabalho, a melhora mensal do Emprego Atual - ICF foi observada apenas para o grupo com menor renda (+0,4%), com as famílias consideradas mais ricas tendo redução na mesma proporção (-0,4%).
A Perspectiva de Consumo - ICF teve avanço tanto mensal (+1,0%) quanto anual (+1,1%) nas famílias com rendimentos abaixo de dez salários, sendo as mais otimistas com as festas de fim de ano. Já as com maiores rendimentos, apresentaram queda de 0,2% no mês e de 10,1% frente a novembro de 2024.
Foto: Adobe Stock




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