Endividamento e inadimplência

Inadimplência renova recorde histórico, aponta pesquisa da CNC

Texto: Redação Revista Anamaco

A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela que o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa) continua avançando e alcançou 79,2% em setembro, o maior percentual desde outubro de 2022.
Além desse crescimento, o mês apresentou piora da percepção do endividamento, com aumento do percentual de pessoas que se consideram “muito endividadas” (16,1%), a maior taxa desde setembro do ano passado, quando atingiu 16,3%.
O levantamento mostra que, assim como o resultado de agosto, o maior endividamento em setembro foi acompanhado por um crescimento do percentual de inadimplência, que alcançou 30,5% e renovou o maior nível da série histórica.
Seguindo esse movimento, o percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso aumentou para 13,0%, também a maior taxa da série. Com o prazo para pagamento curto e o endividamento em nível maior, as famílias acabaram aumentando o tempo de suas dívidas atrasadas. O percentual de famílias inadimplentes por mais de 90 dias avançou de 47,8% para 48,7%, o maior nível desde janeiro (48,9%), fazendo os juros aumentarem ainda mais o endividamento. O levantamento aponta como outro fator desfavorável do mês é que o percentual dos consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas aumentou depois de cinco reduções, de 18,6% para 18,8%. Mesmo assim, a maior parte das famílias (55,8%) continua possuindo entre 11% e 50% da renda comprometida. Dessa forma, o percentual médio de comprometimento da renda com dívidas alcançou 29,3% em setembro.
Na análise dos dados desagregados por renda, na comparação mensal, o aumento do endividamento ocorreu, principalmente, entre as famílias com renda até três salários. Por outro lado, o grupo com renda entre cinco e 10 salários se destacou ao ter crescimento de 4,2 p.p. entre setembro de 2024 e 2025.
Já o percentual de inadimplência evoluiu em três dos grupos no mês, com as famílias com renda entre três e cinco salários tendo estabilidade. Aquelas com renda acima de 10 salários se destacaram com aumento de 2,0 p.p. na inadimplência anual.
Na falta de condições de pagar as dívidas atrasadas, as famílias com renda acima de 10 salários foram novamente as com maior aumento, com incremento de 0,9 p.p. em relação a setembro do ano passado, reforçando a necessidade de maior atenção às famílias de classe mais alta.
Projeções da CNC mostram que o ano de 2025 deve ser encerrado com as famílias significativamente mais endividadas (3,3 p.p.) e mais inadimplentes (1,7 p.p.) do que no fim do ano passado.

Foto: Adobe Stock

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