Mais de 70 milhões de consumidores negativados
Texto: Redação Revista Anamaco
O número de consumidores brasileiros com contas em atraso registrou um aumento de 8,91% em setembro na comparação com o mesmo período de 2024. O Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, apurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revelou que a variação anual observada no mês ficou abaixo da registrada no mês anterior e que, na passagem de agosto para setembro, o número de devedores cresceu 0,21%.
O levantamento estima que, em setembro, havia 71,86 milhões de consumidores negativados no Brasil, o que representa 43,14% da população adulta do País. A pesquisa indica que a alta anual de devedores foi impulsionada, principalmente, por dívidas com tempo de atraso de três a quatro anos, que representam 34,46%.
José César da Costa, presidente da CNDL, observa que o Brasil apresenta, hoje, um quadro de inadimplência estrutural: elevada participação de inadimplentes na população adulta, prevalência de dívidas de baixo valor, mas com impacto acumulado, reincidência muito alta e recuperação que não acompanha o aumento do estoque de débitos. “Sem iniciativas coordenadas entre mercado, poder público e incentivo à educação financeira, o sistema de crédito permanecerá caro, com custos macroeconômicos relevantes e com exclusão financeira”, avalia Costa.
Na abertura por faixa etária, o estudo mostra que o número de devedores com participação mais expressiva no Brasil em setembro foi da faixa de 30 a 39 anos (23,56%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,18% mulheres e 48,82% homens.
Na análise por Região, o Centro-Oeste apresentou a alta mais expressiva no número de inadimplentes na comparação anual, com crescimento de 8,16%, seguido pelo Norte (7,99%), Nordeste (7,59%), Sudeste (7,54%) e Sul (7,36%).
De acordo com o indicador, em setembro, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.801,45 na soma de todas as dívidas e devia, em média, para 2,22 empresas credoras.
Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil afirma que é fundamental considerar o papel das redes sociais nesse contexto de inadimplência, já que elas se tornaram poderosas ferramentas de venda. “As plataformas conhecem profundamente o comportamento, as necessidades e os desejos dos consumidores e usam esses dados para estimular compras cada vez mais impulsivas. Por isso, reduzir a exposição a esses estímulos pode ser uma estratégia eficaz para evitar gastos desnecessários. Medidas simples como limitar o uso das redes sociais, desinstalar aplicativos de compras ou sair de grupos que divulgam promoções, ajudam a controlar o acesso ao consumo e, consequentemente, facilitam o hábito de poupar”, explica Pellizzaro Júnior.
Foto: Adobe Stock




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