Economia

Menos propensas a comprar

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), recuou 0,7% em março na comparação com o mês anterior, atingindo 135,3 pontos em uma escala que varia do 0 aos 200 pontos.
A assessoria econômica da Fecomercio destaca que, apesar desta ser a terceira queda consecutiva do ICF, o indicador está em um patamar bastante positivo, equiparado ao nível que antecedeu o último trimestre de 2010 quando, por motivos inerentes a época, como a aproximação do Natal e o pagamento da primeira parcela do 13°, a intenção de consumo tende a ser maior.
Outros fatores que pesaram para a ligeira retração da intenção de consumo dos paulistanos foram o término do período de liquidações, que significa aumento dos preços de produtos que antes estavam em promoção, e as medidas de restrição de capital tomadas pelo Banco Central para tentar desacelerar a demanda, como o aumento da taxa de juros.
Confirmando essa visão, entre os itens que compõem o ICF, o que mede a percepção que o consumidor tem quanto à facilidade de se obter crédito caiu 3,6% em relação a fevereiro. Apesar de ser o quesito que apresentou a pior evolução, o Acesso ao Crédito permanece em patamar elevado, com 143,5 pontos. O que não impediu, contudo, que as famílias avaliassem negativamente o Momento para a Compra de Produtos Duráveis, como aqueles da linha branca, que normalmente exigem uma parcela maior de comprometimento da renda e/ou a aquisição de crédito.
Segundo o ICF, o momento para este tipo de compra é 2,9% pior que no mês anterior. Os outros itens que, em março, tiveram uma avaliação inferior a que vinham apresentando foram Renda Atual, Emprego Atual e Perspectiva de Consumo, que apresentaram retração de 0,5%, 0,8% e 1,3%, respectivamente. Contudo, a Fecomercio destaca que o resultado não é preocupante uma vez que 59,9% dos paulistanos afirmam que estão ganhando mais do que no mesmo período do ano passado, 28,8% tem rendimentos equivalentes ao desse período, 53,9% estão mais seguros em seus empregos, 52,3% devem consumir mais do que no segundo semestre de 2010 e 39,2% acreditam que irão manter o mesmo nível de consumo.
A pesquisa ainda registrou o otimismo com relação à Perspectiva Profissional, que teve uma avaliação 4,2% superior a de fevereiro. No total, 62,6% dos paulistanos acreditam que vão avançar na carreira nos próximos meses.
Refletindo esse otimismo, o ultimo critério do ICF, que avalia Nível de Consumo Atual, teve impulso de 1,4% em março. Segundo a pesquisa, 30,1% das famílias estão comprando mais bens e serviços do que no mesmo mês de 2010 e 39,2% estão consumindo no mesmo patamar. Fato que também foi influenciado pelo recente incremento no salário mínimo.
A ICF é apurada, mensalmente, pela Fecomercio desde agosto de 2009 junto a cerca de 2.200 consumidores no município de São Paulo.

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