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Nova pesquisa do FGV Ibre vai colocar foco na qualidade do emprego no País

Texto: Redação Revista Anamaco

A partir deste mês de julho, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) passa a divulgar indicadores sobre a qualidade do emprego no País. Os dados serão divulgados mensalmente, com base em médias móveis trimestrais. As informações são obtidas pela Sondagem de Mercado de Trabalho (SMT), uma pesquisa mensal da entidade feita com a população brasileira.
Os novos indicadores buscam complementar as informações existentes sobre o tema com dados exclusivos, derivados, principalmente, da percepção do trabalhador brasileiro sobre as condições de trabalho no momento. São consultadas pessoas de todos território nacional, em idade para trabalhar, e que respondem sobre seis diferentes temas. Os temas escolhidos foram: Satisfação com trabalho; Chance de perder emprego e/ou fonte de renda; Proteção social; Renda suficiente; Percepção geral sobre o mercado de trabalho; e expectativa para os próximos seis meses do mercado de trabalho em geral.
Como a coleta de informações começou em 2025, ainda não é possível fazer comparações históricas e analisar o nível dos indicadores. Por esse motivo, os primeiros relatórios serão dedicados a explicar melhor os temas escolhidos e em detalhar os quesitosque fazem parte deste grupo. Em cada um dos próximos seis meses, o FGV IBRE destacará um tema específico em seus relatórios mensais da pesquisa.
Na primeira edição do relatório, o tema para ser abordado com maior ênfase será o de satisfação com o trabalho. Nesse tema, os participantes da pesquisa respondem em duas etapas. A primeira pergunta diz respeito à percepção do trabalhador sobre a satisfação geral com o trabalho. Em seguida, aqueles que se mostraram insatisfeitos ou muito insatisfeitos, respondem sobre o principal motivo para essa avaliação.
O resultado do primeiro quesito, com dados até trimestre encerrado em junho, mostra que a maioria dos respondentes apontava satisfação com o trabalho. As parcelas “muito satisfeito” e “satisfeito”, somaram o total de 75,2% do total de entrevistados. Apenas 7,5% responderam “muito insatisfeitos” e “insatisfeitos”.
Em seguida, os respondentes que se mostraram insatisfeitos, em qualquer grau, responderam sobre os motivos da insatisfação. O principal motivo citado pelos respondentes foi a questão de remuneração. Mais da metade, 50,5%, afirmaram que a remuneração baixa é o principal problema. Nesse quesito os respondentes poderiam citar mais de uma opção, por isso as opções somam mais de 100%. Os dois outros fatores citados com mais relevância foram: carga horária elevada (21,9%) e saúde mental (18,7%).
Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, explica que os resultados encontrados no primeiro levantamento vão ao encontro do cenário atual do mercado de trabalho. “Com taxas de desocupação próximas do mínimo histórico, o aquecimento observado se reflete na satisfação dos trabalhadores. A grande maioria se mostra satisfeita com seu trabalho no momento, o que indica que, além das vagas geradas, os trabalhadores têm conseguido buscar postos de maior qualidade e que trazem mais satisfação. A remuneração baixa, carga horária elevada e saúde mental ainda são pontos de alerta para aumentar essa percepção favorável”, afirma Tobler.

Foto: Adobe Stock

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