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Paulistas pessimistas

Texto: Redação Revista Anamaco 

O Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP), elaborado pela PiniOn para o Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), alcançou, em novembro, 98 pontos, mantendo estabilidade em relação a outubro, e diminuindo 1%, na comparação com o mesmo mês de 2024. O índice se mantém no campo pessimista (abaixo de 100 pontos).
No recorte por classes socioeconômicas, o indicador continuou apresentando resultados heterogêneos, com aumento de confiança para as famílias das classes C e DE, e redução para aquelas pertencentes à classe AB. Em termos de gênero, houve aumento para os entrevistados do sexo masculino e queda para as mulheres.
O estudo indica, ainda, que piorou a percepção das famílias em relação à sua situação financeira atual, com redução da segurança no emprego, enquanto houve melhora das expectativas sobre renda e emprego.
Essa melhora das expectativas futuras traduziu-se em maior propensão a comprar itens de maior valor, tais como carro e casa, e bens duráveis: geladeira e fogão. A disposição em investir para o futuro, por sua vez, manteve-se estável.
Já o Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP) alcançou 89 pontos, em novembro, aumentando 2,3% em relação a outubro, enquanto na comparação com o mesmo mês do ano passado manteve estabilidade. Apesar da melhora mensal e da estabilidade interanual, o ICCSP ainda se mantém no campo pessimista.
Com relação à evolução da confiança dos consumidores da cidade de São Paulo, distribuídos por classes socioeconômicas, a pesquisa mostra que os resultados também foram mistos, com aumento para os entrevistados pertencentes à classe C, redução para os classificados na classe AB e estabilidade para os classificados na DE. Na análise por gênero, houve melhora da confiança, tanto para os entrevistados do sexo masculino como para os do feminino, com maior intensidade no caso desses últimos.
De acordo com o estudo, houve melhora tanto das percepções em relação à situação atual, com aumento da segurança no emprego, como das expectativas de emprego e renda. Essa melhora generalizada da confiança levou a maioria dos entrevistados a manifestar mais interesse em comprar itens de maior valor e bens duráveis, além de aumentar a disposição a investir.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, explica que a melhora da confiança dos consumidores paulistanos pode ser explicada pela continuidade de geração de emprego e pelos aumentos de renda, provenientes do mercado de trabalho e das transferências de renda governamentais. “No caso dos entrevistados paulistas, os prováveis efeitos positivos sobre o nível de confiança parecem estar compensados pelos efeitos negativos exercidos pelo alto grau de endividamento das famílias e pela desaceleração econômica, decorrentes do nível elevado dos juros”, pontua.

Foto: Adobe Stock

 

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