Perspectiva do brasileiro melhora em relação à vida pessoal e familiar
Texto: Redação Revista Anamaco
Dados da nova edição da Pesquisa Radar Febraban, realizada trimestralmente pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), mostram que o humor do brasileiro apresentou variação positiva no segundo semestre. O estudo, que considera entrevistas com duas mil pessoas nas cinco regiões do País, avaliou temas como expectativas do brasileiro sobre o Brasil e sua vida pessoal, além de suas aspirações de consumo.
O levantamento revela melhoria na perspectiva sobre a vida que os brasileiros levam (72%), repetindo o patamar de março e superando o recuo observado em junho (70%). Ao mesmo tempo, a percepção sobre a evolução da vida pessoal e familiar comparada ao ano passado apresenta recuperação, chegando a 44%, após quedas no primeiro e segundo trimestres.
Seguindo a mesma tendência positiva, quanto à vida pessoal e familiar, 65% acreditam que ela “vai melhorar” nos próximos meses, com variação positiva ante os 63% anteriores e após recuo de 12 pontos observado entre março e junho.
O mesmo viés de melhora se verifica nas percepções sobre a evolução do País em relação a 2024, que chegaram a 34% e mantiveram-se relativamente estáveis, com variação positiva em relação a junho (33%), depois de apresentar queda constante desde dezembro. “Nesse terceiro trimestre do ano, para além das tensões econômicas internas, os brasileiros precisaram lidar com uma nova pressão externa: as tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros impostas pelos Estados Unidos, o chamado “tarifaço”. Nesse contexto, um misto de cautela e otimismo perpassa as avaliações sobre o País e a economia”, aponta Antonio Lavareda, sociólogo, cientista político e presidente do Conselho Científico do Ipespe.
A pesquisa mostra que a inflação e o aumento do custo de vida continuam sendo preocupação do brasileiro no terceiro trimestre, mas também é perceptível uma melhora no sentimento. Em setembro, 81% avaliaram que os preços “aumentaram muito ou aumentaram”. Em março, esse percentual chegou a 89%, o maior da série histórica.
O levantamento indica, ainda, que os brasileiros avaliam que o Governo Federal deveria dar mais atenção à saúde, que continua no topo como prioridade na agenda da população (32%); emprego e renda, que aparece em segundo lugar, oscilando de 20% em junho para 19% em setembro; inflação e custo de vida: 10%; educação: empatado em terceiro lugar com inflação e custo de vida, oscila dentro da margem, aparecendo com 10% das menções em setembro, contra 9% em junho; segurança: citada por 9%, sem variação em relação à onda anterior; corrupção: manteve os 8% da pesquisa anterior; fome e pobreza: soma 4% em setembro, estável frente a junho.
O Radar revela que os maiores desejos da população são: guardar dinheiro/investir: o desejo de aplicar na poupança manteve-se em 20%. Na mesma linha, a vontade de aplicar em outros investimentos manteve-se em 29%; moradia: o sonho de comprar uma casa caiu, saindo de 28% em junho para 25% em setembro. O desejo de reformar avançou de 15% para 18% no mesmo período; educação: esse item marca 16% das menções, contra 14% no levantamento anterior; viagens: o desejo de viajar em caso de sobras no orçamento alcança 11%; saúde: 11% citam o desejo de melhorar o plano de saúde; e compra de carro: registrou 9%, um ponto abaixo de junho (10%).
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