Pesquisa da FGV indica que está difícil conseguir emprego no Brasil
Texto: Redação Revista Anamaco
A quarta edição dos Indicadores de Qualidade do Trabalho da Sondagem de Mercado de Trabalho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), aborda o tema da percepção e expectativas sobre o mercado de trabalho brasileiro. Nesse tema, os respondentes são consultados a dar sua percepção sobre como é conseguir um trabalho no momento e quais as expectativas para os próximos meses.
O resultado, com dados do trimestre finalizado em setembro, mostra que a maior parte dos respondentes (42,4%) afirma estar difícil conseguir um trabalho no País no momento, enquanto 22,7% afirmam estar normal. O percentual de pessoas com a percepção que está fácil conseguir trabalho ficou em 17,9%.
Em seguida, quando consultados sobre como deve ficar o mercado de trabalho nos próximos seis meses, as maiores parcelas de respostas se concentraram nos grupos que acreditam que deve piorar (33,3%) ou ficar estável (32,2%). Essa é a primeira vez que a parcela negativa é a mais citada, nesses quatro meses de coleta de dados, iniciada em junho. Os entrevistados que acreditam que o mercado de trabalho deve melhorar ou melhorar muito representam 28,5%. Os 6,0% restantes são de pessoas acreditam que deve piorar muito.
Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, observa que mesmo com o mercado de trabalho aquecido, com mínimas da taxa de desocupação, a maior parte dos respondentes mostra algum grau de dificuldade para conseguir trabalho. “Para os próximos meses, a expectativa de desaceleração da atividade econômica parece já dar sinais, com o maior percentual de entrevistados registrando que o mercado de trabalho deve piorar. Além do ambiente macroeconômico desafiador, a alta base de comparação também contribui para esse volume maior de respostas. Mesmo assim, ainda é observado um número significativo de pessoas acreditando na estabilidade, o que pode ser visto como um sinal positivo, dado o bom momento do mercado de trabalho atual”, afirma o economista.
Como a coleta de informações começou em 2025, ainda não é possível fazer comparações históricas e analisar o nível dos indicadores.
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