Balanço positivo

Pesquisa do SNIC revela alta nas vendas de cimento em novembro

Texto: Redação Revista Anamaco

Dados apurados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) mostram que, em novembro, as vendas de cimento totalizaram 5,5 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 4,1% em relação ao mesmo mês de 2024. Com isso, no acumulado do ano, os números alcançaram 62,2 milhões de toneladas, um crescimento de 3,6% comparado a igual período do ano passado. O despacho de cimento por dia útil atingiu 263,9 mil toneladas.
Segundo a a entidade, o desempenho do setor segue influenciado por um cenário macroeconômico de alta complexidade. Por um lado, dados mostram robustez no emprego e na renda: o desemprego atingiu 5,4% em outubro, o menor da série histórica, com 5,9 milhões de pessoas desempregadas. A população ocupada registrou novo recorde (102,5 milhões) e o rendimento médio atingiu o maior valor histórico, alavancando a massa salarial. O mercado de trabalho aquecido elevou a confiança do consumidor em novembro, atingindo o maior nível desde dezembro de 2024.
Por outro lado, além da desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo do ano, o ambiente de crédito e consumo permanece desafiador. “As expectativas de inflação para 2025 e 2026 seguem acima da meta, apontando para a necessidade de manutenção de juros altos. Esse aperto monetário reflete-se diretamente no endividamento da população, que cresceu para 49,1% em setembro, e na inadimplência, que atingiu o recorde de 80,4 milhões de indivíduos em outubro. Adicionalmente, os gastos com apostas (bets) continuam pressionando o orçamento familiar”, explica Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.
O executivo observa que o mercado imobiliário apresenta sinais distintos. Enquanto os lançamentos subiram 1,6% no 3º trimestre, as vendas caíram 6,5% no mesmo período, elevando o volume de unidades em estoque. “O financiamento imobiliário via SBPE sofreu forte retração, com queda de 36,12% no número de unidades financiadas para construção no acumulado até outubro, reflexo da alta dos juros”, pontua.
Entretanto, o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) segue como um vetor crucial de demanda. No acumulado do ano, os lançamentos do programa cresceram 7,9% e as vendas aumentaram 15,5%. Segundo ele, o impacto do MCMV na indústria do cimento é expressivo: uma unidade de 45 m² consome entre quatro a seis toneladas do insumo, dependendo se construída com blocos ou paredes de concreto. O setor projeta que, para atingir a meta de superar duas milhões de unidades entre 2023 e 2026, o consumo de cimento será ampliado consideravelmente. 
Somam-se a isso as novas regras de crédito habitacional, que permitirão o uso de até 100% dos recursos da poupança e elevarão o teto de financiamento, medidas que, aliadas às mudanças no Imposto de Renda, buscam recompor a capacidade de compra e investimento da classe média e reduzir o déficit habitacional mesmo considerando os níveis de juros atuais. 
Penna frisa que a indústria do cimento chega ao final de 2025 observando, atentamente, a dinâmica entre o aquecimento do mercado de trabalho e as travas do crédito. “Enquanto o mercado imobiliário, financiado pela poupança, sofre com os juros altos, a habitação social confirma seu papel estratégico. Os avanços das obras do Minha Casa, Minha Vida e os investimentos contínuos em infraestrutura, com destaque para a forte expansão do pavimento de concreto rodoviário e urbano, aliados ao nosso renovado compromisso com a agenda climática, serão determinantes para sustentar a demanda no próximo ano”, finaliza.

Foto: Adobe Stock

Pesquisa do SNIC revela alta nas vendas de cimento em novembro
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