Crédito e inflação

Pesquisa mostra expectativa dos bancos

Texto: Redação Revista Anamaco

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas, realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), revela que se consolidou entre os bancos - passando de 70% para 85,7% das instituições ouvidas - a expectativa de que o próximo ciclo de queda da taxa Selic deve começar no 1º trimestre de 2026. O resultado do levantamento, feito com 21 bancos, mostra que a média das projeções aponta redução de 0,25 ponto percentual (p.p) na reunião de janeiro de 2026 e quedas de 0,50 p.p nas reuniões posteriores, com a taxa Selic chegando a 13,75% em abril.
O levantamento mostra que a percepção é de que os riscos para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), se inclinam para o lado negativo. Embora a maioria dos participantes ainda projete um crescimento do PIB em 2,2% este ano, em linha com o consenso, é nítido um aumento do número de analistas que esperam um desempenho mais fraco. No levantamento de agosto, 70% acreditavam em crescimento em torno de 2,2%, percentual que se reduziu para 57,1% em setembro. Ao mesmo tempo, subiu de 30% para 38,1% os bancos que veem um crescimento menor no ano.
A pesquisa, realizada sempre após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), deixa claro que se estabilizou a expectativa de crescimento do crédito em 2025. A projeção para a expansão da carteira total de crédito este ano foi mantida em 8,7%, mesmo patamar dos levantamentos de julho e agosto.
Dessa forma, também se consolida a projeção dos analistas consultados de que o saldo de crédito no 2º semestre de 2025 irá desacelerar, considerando que, de acordo com o Banco Central, a alta anual registrada em agosto foi de 10,1%, menor que os 10,8% verificados em junho.
O estudo mostra, ainda, que há quase unanimidade (95%) entre os participantes de que as mudanças recentes no mercado de trabalho (como a reforma trabalhista e aplicativos de entrega) levaram a uma redução da taxa de desemprego que não acelera a inflação. Ainda assim, o nível atual de desemprego estaria abaixo de qualquer estimativa razoável para essa variável.
Para 2026, a pesquisa captou ligeira melhora na expansão projetada para o crédito, que subiu de 7,8% para 7,9%. Por um lado, houve revisão positiva para a carteira direcionada (de 8,5% para 9,0%) e, de outro, uma leve revisão negativa para a carteira livre (de 7,4% para 7,3%).
Com relação à inflação do próximo ano, os participantes estão divididos: 47,6% projetam uma taxa em linha com o consenso (4,3%), enquanto outros 47,6% esperam uma inflação abaixo da expectativa atual do mercado, refletindo fatores como a manutenção da política monetária em nível contracionista, a apreciação cambial e o menor crescimento global.

Foto: Adobe Stock

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