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PIB da construção deve crescer 1,80% este ano

Texto: Redação Revista Anamaco

O SindusCon-SP realizou uma coletiva de imprensa para apresentar uma análise completa do desempenho da construção civil em 2025 e as perspectivas econômicas para o ano que vem. Participaram da apresentação Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP; Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP; e Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
Na ocasião, Estefan disse que, apesar de ter sido um ano desafiador, o setor segue gerando empregos, ainda que em um ritmo menor, e contribuindo para o crescimento da indústria brasileira. Também lembrou que a velocidade de vendas de empreendimentos imobiliários no médio padrão diminuiu diante da dificuldade de acesso ao crédito pela população, reforçando que a construção civil responde, diretamente, ao comportamento da economia: quando os juros caem, o setor acelera; quando os juros permanecem elevados, o ritmo de crescimento diminui.
Zaidan frisou que o ano de 2025 foi marcado pela desaceleração da atividade econômica, movimento que também alcançou o setor da construção. “Observamos um crescimento moderado, abaixo do potencial, mas sem caracterizar recessão. Foi um período importante, com avanços institucionais relevantes, como as reformas tributária e do Imposto de Renda da Pessoa Física. Para 2026, mantenho a expectativa de um cenário mais favorável, tanto para a construção civil quanto para o País”, afirmou.
Na análise do SindusCon-SP, o PIB da construção deve encerrar o ano com crescimento de 1,80%, segundo estimativas do FGV Ibre com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmando a perda de ritmo em relação a 2024.
De acordo com Ana Castelo, a construção diminuiu o ritmo e a confiança e a percepção dos negócios ficou mais pessimista. Já no mercado de trabalho, a construção manteve saldo positivo de contratações formais. Nos últimos 12 meses até outubro, o emprego com carteira no setor cresceu 2,84%. A escassez de mão de obra qualificada e a demanda insuficiente continuaram entre os principais entraves apontados pelas empresas. Até outubro, o setor empregava mais de três milhões de trabalhadores no Brasil e cerca de 365 mil no Estado de São Paulo.
Outro dado apresentado mostra que a pressão dos custos também continuou elevada, principalmente pelo encarecimento da mão de obra. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), calculado pela FGV, registrou alta de 6,41% em 12 meses até novembro, enquanto o acumulado do ano até novembro chegou a 5,88%. São Paulo apresentou a maior variação entre as capitais, com acumulado no ano até novembro de 6,91%, seguida de Porto Alegre (RS) e Recife (PE).
Em um cenário nem pessimista, nem otimista, o FGV/Ibre estima que o PIB da construção deva crescer 2,7% em 2026. Ana observa que as perspectivas para o próximo ano dependerão do comportamento de variáveis como o cenário eleitoral, a conjuntura geopolítica e a atividade econômica interna. “A combinação de juros ainda elevados, situação fiscal e menor dinamismo econômico pode impactar, negativamente, investimentos e mercado de trabalho. Em contrapartida, fatores como a queda gradual dos juros, o aumento dos gastos estaduais com obras, novas intervenções do Programa Minha Casa, Minha Vida, o novo modelo de financiamento habitacional, o ciclo de investimentos em infraestrutura e o Programa Reforma Casa Brasil podem impulsionar a atividade da construção ao longo do próximo ano”, explicou.

Foto: Divulgação

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