Recorde histórico
Texto: Redação Revista Anamaco
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa) está avançando desde fevereiro, alcançando 79,5% em outubro, o maior percentual da série histórica.
Além desse crescimento, o mês apresentou piora na percepção do endividamento, com aumento do percentual de pessoas que se consideram “muito endividadas” (16,5%), a maior taxa desde agosto de 2024, quando atingiu 16,8%.
O estudo indica que o maior endividamento em outubro foi acompanhado por uma estabilidade do percentual de inadimplência, que permaneceu em 30,5%, após três meses de alta. No entanto, o percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso continuou aumentando, alcançando 13,2%, renovando a maior taxa da série.
Houve, ainda, aumento pelo segundo mês consecutivo do percentual de famílias comprometidas com dívidas por mais de um ano, avançando de 31,1% para 32,0%. Com isso, a média foi um prazo de 7,2 meses, retornando ao patamar de junho.
Com o endividamento em nível maior, as famílias acabaram aumentando o tempo de suas dívidas atrasadas. O percentual de famílias inadimplentes por mais de 90 dias avançou de 48,7% para 49,0%, o maior nível desde dezembro de ano passado (49,2%). Outro fator desfavorável do mês é que, mesmo com o maior parcelamento do endividamento, o percentual dos consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas aumentou pelo segundo mês, de 18,8% para 19,1%. Mesmo assim, a maior parte das famílias (56,3%) continua possuindo entre 11% e 50% da renda comprometida. Dessa forma, o percentual médio de comprometimento da renda com dívidas alcançou 29,6% em outubro, o maior nível desde maio (29,8%).
Na análise dos dados desagregados por renda, o aumento do endividamento ocorreu, principalmente, entre as famílias com renda entre cinco e 10 salários, tanto no mês quanto no ano.
Já o percentual de inadimplência evoluiu no mês apenas para as famílias com renda entre três e cinco salários. Na falta de condições de pagar as dívidas atrasadas, as famílias com renda entre cinco e 10 salários foram novamente as com maior aumento, com incremento de 0,6 p.p. em relação a setembro.
Projeções da CNC mostram que o endividamento deve continuar avançando nos próximos meses e a expectativa é fechar 2025 com as famílias significativamente mais endividadas (3,3 p.p.) e mais inadimplentes (1,5 p.p.) do que no fim do ano passado.
Foto: Adobe Stock




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