Roca Brasil transforma sua gestão industrial com método Kaizen
Texto: Redação Revista Anamaco
A Roca Brasil, filial brasileira do Grupo Roca, está conduzindo uma transformação em sua gestão industrial por meio da parceria estratégica com o Kaizen Institute Brasil. Iniciado em 2020, o projeto reposicionou a operação fabril da companhia no País, com impacto direto em produtividade, sustentabilidade, integração de áreas e cultura organizacional. O projeto, ainda em fase inicial, foi reconhecido pelo Kaizen Institute Global, em evento realizado em Madri (Espanha) em 2022, como o melhor do mundo.
Francisco Cino, diretor Industrial da Roca Brasil, explica que o ponto de partida foi a cadeia de produção de metais sanitários, que já contava com processos estruturados, mas apresentava oportunidades de maior integração entre planejamento de demanda e produção. “Em alguns momentos, diferentes versões de planos conviviam sem um modelo único de execução, o que abria espaço para ajustes. Com o apoio do Kaizen, foi implantado um processo que permitiu a sincronização entre as áreas e a sistematização de estoques dinâmicos - os chamados “supermercados”, que equilibram oferta e demanda de forma inteligente”, destaca.
Segundo ele, a iniciativa local evoluiu para abranger todo o ecossistema com a criação do Roca Group Business System (RGBS), uma adaptação do modelo Kaizen à realidade da companhia globalmente.
O diretor frisa que o RGBS se apoia em três pilares fundamentais: estratégia, projetos e rotinas de gestão. Foram implementadas ferramentas como análise de fluxo de valor (VSA), rotinas diárias de gestão e projetos estruturados por planta com metas e métricas claras de resultado. “A atuação se expandiu para além das áreas industriais, envolvendo também planejamento, compras, logística, desenvolvimento de produto, marketing e comercial”, acrescenta Cino.
O executivo explica que a participação de TI, no desenvolvimento de ferramentas digitais que agilizam os processos, e da área financeira, na validação e monitoria dos resultados, dão robustez e segurança para que o RGBS se consolide como modelo de gestão. “As unidades industriais já integram a jornada, com apoio técnico especializado e coordenadores locais dedicados à continuidade e monitoramento dos projetos”, destaca.
Foco e profundidade
O modelo estabelece a execução de até quatro projetos por unidade a cada ciclo anual, permitindo foco e profundidade. O benefício médio é estimado em cerca de €3 milhões, com destaque para ganhos em produtividade, redução de horas extras, diminuição de defeitos e economia de insumos. Também foram criadas áreas específicas de reorganização e repacking de componentes, inspiradas em metodologias de montadoras, melhorando o fluxo produtivo e otimizando o tempo dos operadores nas linhas de montagem.
O diretor observa que, ao aplicar essa metodologia, que se conecta aos princípios que regem os pilares do Grupo Roca - Pessoas, Prosperidade e Planeta - a companhia identifica os resultados dessa reestruturação, como potencialização de ganhos operacionais, redução de desperdícios, modernização do parque fabril e impacto ambiental positivo. “A maior parte dos ganhos obtidos são convertidos em reinvestimentos”, pontua.
Cino frisa que não se trata apenas de uma mudança de processo, mas de cultura. “Essa jornada está nos ensinando a enxergar a fábrica de forma integrada, baseada em dados e com foco em melhoria contínua”, comenta o diretor.
Ruy Cortez, CEO do Kaizen Brasil, garante que o compromisso do Kaizen sempre é o de promover uma transformação positiva à empresa, contribuindo no alcance de seus objetivos estratégicos, agregando valor e elevando o nível de excelência de suas áreas. “Para isso, permeamos toda a estrutura com diagnóstico aprofundado e ações assertivas”, explica.
De acordo com a Roca, essa jornada é de longo prazo, com previsão de dez anos para plena maturação do sistema. “O objetivo não é apenas alcançar indicadores, mas promover uma transformação genuína nos modos de operação, com ganhos reais, sustentáveis e replicáveis. A empresa trabalha, agora, para intensificar o alinhamento estratégico entre áreas, dar visibilidade às conquistas e ampliar sua presença em fóruns de excelência operacional e sustentabilidade”, finaliza Cino.
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