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Varejistas pessimistas

Texto: Redação Revista Anamaco

O sentimento de pessimismo entre os empresários do varejo paulistano se aprofundou em setembro. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), caiu 5,9%, ao passar de 99,8 pontos, em agosto, para 93,9 pontos, em setembro. Essa é a segunda queda seguida atingindo a menor pontuação desde junho de 2021. No comparativo anual, o indicador retraiu 13,9%, a oitava consecutiva. De acordo com a entidade, o cenário é marcado por incertezas e preocupações com a desaceleração da atividade econômica.
O estudo indica que os três componentes do indicador: o Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) e o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) recuaram no comparativo mensal. A escala de pontuação varia de 0 (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total), sendo que a fronteira dos 100 pontos separa o pessimismo do otimismo.
O estudo indica que a queda de 6,5% do ICAEC, marcando 69,1 pontos em setembro, evidencia esse sentimento de insatisfação e de extrema dificuldade para manter as operações rotineiras, agravado pelos juros elevados e pela desaceleração e, até mesmo, pela queda nas vendas. É o menor patamar desde julho de 2021 e está 15,7% abaixo do registrado em setembro do ano passado. Além disso, é o item de pior avaliação do ICEC - é o 31º mês consecutivo em que o ICAEC se mantém na linha do pessimismo.  
A política econômica com aumento de impostos e os juros elevados também estão afetando as expectativas dos empresários quanto ao futuro, como mostra o IEEC. O indicador caiu pelo terceiro mês seguido, com variação negativa de 7,7% registrando 113,7 pontos em setembro, a menor pontuação desde julho de 2020, período da pandemia. No comparativo anual, a queda é ainda mais expressiva (-19%).  
Voltando para a zona de pessimismo, o IIEC passou de 102,3 pontos, em agosto, para 98,9 pontos, em setembro, o que representa uma  queda de 3,2%. Na avaliação da FecomercioSP, com o indicador flutuando em torno dos 100 pontos nos últimos meses, os empresários estão adotando uma postura mais cautelosa em relação a novos investimentos frente à insegurança e aos juros elevados.  
Na segmentação por porte, a confiança das grandes empresas (acima de 50 funcionários) voltou a ficar na zona de  pessimismo após cinco anos, desde a pandemia. O ICEC das grandes companhias paulistas caiu 10,9%, ao passar de 107,3 pontos, em agosto, para 95,6 pontos, em setembro. 
Esse recuo foi motivado, principalmente, pela deterioração das expectativas em relação ao futuro, que caiu 14,6% em setembro, registrando 104,2 pontos, menor patamar desde julho de 2020. Entre maio e setembro, essas expectativas desabaram 26,1%.  
Já a percepção das grandes empresas quanto ao momento atual, medida pelo ICAEC, está na zona de pessimismo pelo sétimo mês seguido. Em setembro, caiu 10,2%, passando de 82 para 73,7 pontos, menor patamar desde setembro de 2020. O IIEC também recuou: -7,6% em relação a agosto, marcando 108,8 pontos. 
O ICEC das pequenas empresas (até 50 empregados) recuou 5,7%, ao passar de 99,6 pontos, em agosto, para 93,9 pontos, em setembro, assim como seus componentes. O ICAEC, por sua vez, retraiu 6,4%, marcando 69 pontos, menor nível desde julho de 2021. O IEEC sofreu queda de 7,5% (para 113,9 pontos) e o IIEC caiu 3,1% (para 98,7 pontos).

Foto: Adobe Stock

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