Cenário Econômico

Varejistas voltam ao nível pessimista

Texto: Redação Revista Anamaco

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), pesquisado, mensalmente, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 5,0% em setembro, em relação a agosto, o que representa a segunda queda seguida, descontados os efeitos sazonais. Com isso, o indicador alcançou 97,2 pontos, estando abaixo de 100 pela primeira vez desde maio de 2021 (94,7 pontos).
Nessa comparação, todos os indicadores apresentaram queda, sendo o das expectativas aquele com maior variação (-7,0%) e o dos investimentos o menos negativo (-2,6%). Mesma tendência se repetiu na comparação com igual mês do ano anterior, com baixa de 10,3%, a maior desde dezembro de 2023. Nesse caso, a principal influência foram as Condições Atuais - Icec (-13,8%) e especificamente na Economia (-21,7%), mostrando que, apesar das expectativas terem tido quedas mais intensas no mês, o momento atual foi o que mais se deteriorou no ano.
A pesquisa indica que, no mês, 46% dos varejistas apresentaram expectativa de piora da economia, o maior percentual desde julho de 2020 (49,2%), levando o indicador a ficar cada vez mais equilibrado, apesar dos que projetam uma melhora continuarem como maioria. Em relação às Intenções de Investimentos - Icec e seus subindicadores, ao contrário do observado no mês passado, a queda mensal (-2,6%) foi menos intensa do que as taxas relativas a 2024 (-4,0%). O indicador foi de 99,6 pontos, também retomando a patamares pessimistas, o que não acontecia desde novembro de 2023 (99,9 pontos).
O maior destaque nessa categoria foi a Intenção de Contratação de Funcionários - Icec, tendo a maior retração tanto no ano (-5,9%) quanto no mês (-4,2%). Por outro lado, a análise dos estoques apresentou o resultado menos negativo (-0,6% no mês e -0,7% no ano) dentre todos os itens.
O levantamento mostra que a retração anual na confiança do empresário do comércio em setembro foi impulsionada por todos os segmentos, principalmente pelas lojas do varejo de eletrônicos, eletrodomésticos, móveis e decoração, cine/foto/som, material de construção, veículos (-13,7%), sendo esses bens de maior valor agregado os mais vulneráveis aos juros, reafirmando a influência dessa variável econômica no setor terciário.
Em relação à percepção atual do comércio, o segmento de bens duráveis também foi o que apresentou maior queda na análise anual (-21,0%), assim como no Icec. Sendo que, na variação mensal, o comércio de Supermercados, farmácias, lojas de cosméticos (- 10,2%) teve o maior destaque, sendo também o segmento mais pessimista com o setor (62,1 pontos).
Em relação às expectativas para o setor, o comércio de bens duráveis continuou se destacando, com a maior queda anual (-15,6%). Com o segmento de Supermercados, farmácias, lojas de cosméticos apresentando o maior recuo mensal (-8,5%) e o menor indicador (113,4 pontos).
Entre a intenção de investimentos, a Contratação de Funcionários - Icec foi a que teve pior resultado, tanto no ano quanto no mês, com seus resultados segmentados semelhantes aos apresentados pelos outros itens.
Na análise mensal, o segmento de Supermercados, farmácias, lojas de cosméticos obteve a maior queda (-7,4%) e menor indicador (104,4 pontos), enquanto Eletrônicos, eletrodomésticos, móveis e decoração, cine/foto/som, material de construção, veículos apresentou queda de 11,5% na comparação com agosto do ano passado. Deve-se notar que os empresários de Roupas, calçados, tecidos e acessórios se mantiveram estáveis em relação a 2024.

Foto: Adobe Stock

 

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