Economia

Varejo deve aumentar os investimentos

Pesquisa realizada pela Fecomercio com 300 empresas de São Paulo indica que os empresários do setor varejista vão investir em 2010.
De acordo com a análise, 75% deles se mostraram mais otimistas e vão investir 10% a mais do que em 2009, e essa tendência deve extrapolar o setor de varejo e contagiar a indústria, a partir do ano que vem, que deverá voltar a crescer após um ano muito ruim.
A análise apontou ainda os efeitos da redução do Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI) sobre a venda da linha branca. A pesquisa mostrou que as opiniões estão divididas: 50% responderam que devem aumentar as vendas, mas 50% responderam que devem se manter iguais. "A rigor, a redução do IPI é bem-vinda, mas certamente seus efeitos foram maiores sobre a venda de automóveis do que sobre a linha branca ou sobre material de construção", analisa Fábio Pina, economista da Fecomercio.
O economista lembra, também, que a última pesquisa de conjuntura do varejo divulgada pela entidade mostra que as vendas nas lojas de eletroeletrônicos e eletrodomésticos tiveram ligeira recuperação em agosto, mas permanecem no vermelho no acumulado do ano.
Em agosto, o faturamento real cresceu 1,2% e o acumulado em oito meses soma queda de 9,6%. Isso demonstra, segundo os economistas da Fecomercio, o efeito apenas parcial da redução do IPI sobre a linha branca. Quanto às vendas para o primeiro Natal pós-crise, o setor varejista mostra-se otimista, mas ainda com uma certa reserva.
De acordo com a análise, 33% dos empresários vão aumentar as encomendas para o Natal e 24% dos varejistas vão reduzir. Outros 44% estão fazendo encomendas iguais ao do ano passado. Já em relação aos estoques, 39% dizem que será maior e 44% responderam que será igual ao do Natal do ano passado. "Esses dados mostram um viés de alta para as encomendas de Natal, porém o varejo mantém cautela. Mesmo assim, o resultado geral é positivo, na mesma direção que o consumidor parece estar apontando nas pesquisas de intenção de compra e de confiança. Desse diálogo entre consumidor e empresários até o final do ano é que os ajustes de perspectivas serão feitos, de ambos os lados", afirma o economista.
Segundo o levantamento, mais de 65% dos empresários vão trabalhar com produtos direcionados à classe C, enquanto 43% para a classe B, e 24% para as classes D e E. Para trabalhar com produtos voltados principalmente à classe C, os empresários vão alavancar suas vendas por meio de parcelamentos.
De acordo com a pesquisa, como se trata de capital próprio, a maioria das empresas (64%) vão oferecer parcelamento de três vezes sem juros. Já 37% vão oferecer mais de três vezes, com pouco envolvimento de financiamento tradicional (via banco ou financeira vinculada à loja).
Segundo Pina, a maioria das empresas mira nas classes B e C, não por coincidência. O público A é muito restrito e poucas empresas podem se dar ao luxo de trabalhar apenas para esse nicho. Do outro lado estão as classes D e E, com rendas médias ainda muito baixas, o que inviabiliza um volume de negócios muito grande, ainda que o contingente populacional seja elevado.
Desta forma, trabalhar as camadas do meio da população é a estratégia vigente de grande parte das empresas. Evidentemente, com o desenvolvimento do crédito e com o aumento gradual da renda, há uma migração de interesse para as faixas C e D.
A pesquisa foi realizada com empresas de São Paulo, tendo por objetivo antecipar a percepção dos empresários com relação à temperatura da economia para os próximos meses, com ênfase nas perspectivas para o primeiro Natal pós crise.

Varejo deve aumentar os investimentos
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